Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES DOS ESTÁGIOSSUPERVISIONADOS NA ESCOLA E. E. M ALMIR PINTO-ARACOIABA-CE

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Dessa forma, o estágio supervisionado assim como o Programa Residência Pedagógica (PRP) através da parceria da UNILAB com as escolas dos munícipios da Região do Maciço de Baturité, configura-se como processos formativos de experiência da docência na formação inicial. A metodologia para a elaboração deste trabalho se caracteriza comoobservação participante, na medida em que se insere na realidade da escola, compreendendo-a como campo de análise e intervenção. O estágio supervisionado éatividade fundamental na formação de qualquer licenciando porque possibilitaaos futuros professores desenvolver as suas competências e capacidades técnicas para inserir-se no mercado de trabalho. No entanto, a partir das experiências que tivemos através das observações feitas nos primeiros contatos com a escola supracitada,buscamosrefletir sobre as realidades pedagógicas do ensino brasileiro e realizamos comparaçõescom a nossa, isto é, com os países africanos lusófonos, sobretudo, com a Guiné-Bissau. Nesta perspectiva,foram feitas observações dos espaços físicos da escola como nas salas de aula, no pátio, nasecretaria,no gabinete do diretor, nas coordenações pedagógicas. As visitas à bibliotecativeram o intuito não somente de conhecer o espaço físico, mas também para consultar os materiais didáticos. Além das observações físico-geográficas da escola, fizemos análises sobre as relações entre os alunos eprofessores e principalmente quanto ao funcionamento das aulas e as relações dos alunos com professores nas turmas. A nossa observação, neste caso, nos motiva aaprofundar sobre o processo de ensino e aprendizagem que se realiza através de autores da educação como Lima e Pimenta (2004), Becker (1993), André (1997) e Pilleti (1996) para o desenvolvimento da capacidade reflexiva como futuros profissionais desta área. Com o nosso contato com a escola conseguimos entender que teoria e prática estão em relação e também em contraposição como destaca Pimenta e Lima (2012, p.33), "o estágio sempre foi identificado como parte integrante dos cursos de formação de profissionais, em contraposição a teoria".Então, vale salientar que tudo que aprendemos nesses primeiros momentos são de extrema importância para a nossa formação enquanto discentes que vão atuar futuramente nas nossas áreas de interesse. Para isso esperamos através dessas análises construirmos reflexões que vão contribuir para o nosso próprioaprendizado, também na perspectiva da auto-formação docente. Nos primeiros dias de inserção na escola as nossas primeiras impressões residiram, principalmente, nos estranhamentos dos alunos frente a nossa presença na escola, porém depois de algumas semanas o estranhamento se converteu em indagações permeadas por diversas curiosidades. Outro aspecto que observamos diz respeito ao comportamento dos alunos dentro da sala de aula e nos momentos do intervalo. Centramos o foco nas suas relações e percebemos que os alunos que moram no centro da cidade (zona urbana) ficavam mais entre eles e os da zona rural também, criando assim um tipo de separação entre estudantes do campo e da cidade. Outro aspecto verificado, diz respeito as relações pedagógicas que tem uma diferenciação em termos de diálogo entre alunos e professores se comparado as escolas de Guiné-Bissau. Nas observações feitas aqui o aluno tem toda autonomia de questionar e dar suas opiniões relativamente ao conteúdo, quer dizer que, há no ensino médio brasileiro essa liberdade para com estudantes exprimirem suas ideias. Trazemos essa discussão porque nossa presençaenquanto estagiários dessa escola não apenas causou estranhamento nos estudantes, mas também passamos por processos de estranhamentos. De certo modo, a forma como vemos essa dinâmica nos levou a imaginar ou fazer uma relação da nossa trajetória do ensino médio. Pode se perceber que na Guiné-Bissau, geralmente, o aluno tem poucas oportunidades de fala sobre o que compreende do conteúdo a não ser expressá-lo em uma prova escrita ou oral. Nesse sentido, não tem possibilidade de desenvolver sua capacidade questionadora no espaço da sala de aula, pois ele vai as aulas para receber e reproduzir, sem questionar. Este tipo de educação Nelson Piletti (1996, p.10)chama de educação como produto ao escrever que "(...) a didática moderna enfatiza a superioridade do processo, em termos educacionais. Isto é: para que a educação seja eficaz, produza resultados duradouros, é necessário que o aluno aprenda a auto-educar-se e não a receber a educação e o conhecimento como produtos prontos e acabados, que deve absorver e reproduzir da mesma forma". O método de ensino-aprendizagem que vivenciamos em nossas trajetórias escolares em Guiné-Bissau caracteriza-se como memorização e reprodução, muito diferente do ensino observado nesta escola brasileira. Contudo, estes processos de estranhamento, repensar das próprias trajetórias e diversidade de contextos reafirma a importância da inserção no campo da escola no processo formativo do licenciando na conscientização das dinamicidades e pluralidades educacionais para o desenvolvimento de habilidades e competências de pesquisa, análise e construção de propostas direcionadas as especificidades dos contextos escolares. Palavras-chave: Estagio supervisionado, Residência pedagógica, Residência pedagógica. Referências bibliográficas ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso. A pesquisa no cotidiano escolar. In: FAZENDA, Ivani (org.). Metodologia da Pesquisa Educacional. São Paulo: Cortez, 1997. BECKER, Fernando. A epistemologia do professor: o cotidiano escolar. Petrópolis. Vozes, 1993. LIMA, M. 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O método de ensino-aprendizagem que vivenciamos em nossas trajetórias escolares em Guiné-Bissau caracteriza-se como memorização e reprodução, muito diferente do ensino observado nesta escola brasileira. Contudo, estes processos de estranhamento, repensar das próprias trajetórias e diversidade de contextos reafirma a importância da inserção no campo da escola no processo formativo do licenciando na conscientização das dinamicidades e pluralidades educacionais para o desenvolvimento de habilidades e competências de pesquisa, análise e construção de propostas direcionadas as especificidades dos contextos escolares. Palavras-chave: Estagio supervisionado, Residência pedagógica, Residência pedagógica. Referências bibliográficas ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso. A pesquisa no cotidiano escolar. In: FAZENDA, Ivani (org.). Metodologia da Pesquisa Educacional. São Paulo: Cortez, 1997. BECKER, Fernando. A epistemologia do professor: o cotidiano escolar. Petrópolis. Vozes, 1993. LIMA, M. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES DOS ESTÁGIOSSUPERVISIONADOS NA ESCOLA E. E. M ALMIR PINTO-ARACOIABA-CE Nico Augusto Có / nicoaugustoco90@outlook.com / Unilab Danildo Biaguê /Unilab Besna Mané / Unilab Olga Caracas/E. E. M. Almir Pinto Abibatu Djaló/Unilab Eixo: Formação inicial e continuada de professores - com ênfase na análise de experiência, programas e políticas. Resumo O presente texto intituladoPrimeiras impressões dos Estágios Supervisionados na Escola E. E. M Almir Pinto-Aracoiaba-CEtem como foco analisar as experiências vivenciadas nos primeirosmomentos dos estágios supervisionados, problematizando a relação teoria e prática na formação. O estágio supervisionado é de caráter obrigatório no curso de Licenciatura em Sociologia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e caracteriza-se pela prática docente na educação básica brasileira e/ou nos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Dessa forma, o estágio supervisionado assim como o Programa Residência Pedagógica (PRP) através da parceria da UNILAB com as escolas dos munícipios da Região do Maciço de Baturité, configura-se como processos formativos de experiência da docência na formação inicial. A metodologia para a elaboração deste trabalho se caracteriza comoobservação participante, na medida em que se insere na realidade da escola, compreendendo-a como campo de análise e intervenção. O estágio supervisionado éatividade fundamental na formação de qualquer licenciando porque possibilitaaos futuros professores desenvolver as suas competências e capacidades técnicas para inserir-se no mercado de trabalho. No entanto, a partir das experiências que tivemos através das observações feitas nos primeiros contatos com a escola supracitada,buscamosrefletir sobre as realidades pedagógicas do ensino brasileiro e realizamos comparaçõescom a nossa, isto é, com os países africanos lusófonos, sobretudo, com a Guiné-Bissau. Nesta perspectiva,foram feitas observações dos espaços físicos da escola como nas salas de aula, no pátio, nasecretaria,no gabinete do diretor, nas coordenações pedagógicas. As visitas à bibliotecativeram o intuito não somente de conhecer o espaço físico, mas também para consultar os materiais didáticos. Além das observações físico-geográficas da escola, fizemos análises sobre as relações entre os alunos eprofessores e principalmente quanto ao funcionamento das aulas e as relações dos alunos com professores nas turmas. A nossa observação, neste caso, nos motiva aaprofundar sobre o processo de ensino e aprendizagem que se realiza através de autores da educação como Lima e Pimenta (2004), Becker (1993), André (1997) e Pilleti (1996) para o desenvolvimento da capacidade reflexiva como futuros profissionais desta área. Com o nosso contato com a escola conseguimos entender que teoria e prática estão em relação e também em contraposição como destaca Pimenta e Lima (2012, p.33), "o estágio sempre foi identificado como parte integrante dos cursos de formação de profissionais, em contraposição a teoria".Então, vale salientar que tudo que aprendemos nesses primeiros momentos são de extrema importância para a nossa formação enquanto discentes que vão atuar futuramente nas nossas áreas de interesse. Para isso esperamos através dessas análises construirmos reflexões que vão contribuir para o nosso próprioaprendizado, também na perspectiva da auto-formação docente. Nos primeiros dias de inserção na escola as nossas primeiras impressões residiram, principalmente, nos estranhamentos dos alunos frente a nossa presença na escola, porém depois de algumas semanas o estranhamento se converteu em indagações permeadas por diversas curiosidades. Outro aspecto que observamos diz respeito ao comportamento dos alunos dentro da sala de aula e nos momentos do intervalo. Centramos o foco nas suas relações e percebemos que os alunos que moram no centro da cidade (zona urbana) ficavam mais entre eles e os da zona rural também, criando assim um tipo de separação entre estudantes do campo e da cidade. Outro aspecto verificado, diz respeito as relações pedagógicas que tem uma diferenciação em termos de diálogo entre alunos e professores se comparado as escolas de Guiné-Bissau. Nas observações feitas aqui o aluno tem toda autonomia de questionar e dar suas opiniões relativamente ao conteúdo, quer dizer que, há no ensino médio brasileiro essa liberdade para com estudantes exprimirem suas ideias. Trazemos essa discussão porque nossa presençaenquanto estagiários dessa escola não apenas causou estranhamento nos estudantes, mas também passamos por processos de estranhamentos. 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