Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS SECUNDARISTAS

"2018-12-03 23:00:00" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1843 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 51801
    "edicao_id" => 104
    "trabalho_id" => 2092
    "inscrito_id" => 55078
    "titulo" => "A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS SECUNDARISTAS"
    "resumo" => " A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS SECUNDARISTAS Marcela Silva Camargo Diniz/marcelacamargodiniz@gmail.com / Universidade Federal de Uberlândia Giovanna Costa Silva/Universidade Federal de Uberlândia André Silva Fernandes /Universidade Federal de Uberlândia Maria Eduarda Martins Oliveira/ Universidade Federal de Uberlândia Rhanyela Silva Lins/ Universidade Federal de Uberlândia Vitória Coelho Lopes/ Universidade Federal de Uberlândia Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo A pesquisa aqui apresentada foi elaborada no primeiro semestre de 2018, na disciplina "PIPE I - Projeto Integrado de Pesquisa" do curso de licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia, e tem como foco a saúde mental dos alunos no ambiente escolar. O tema se mostra relevante para o contexto atual, já que cada vez mais jovens em idade escolar estão adoecendo. Segundo uma pesquisa realizada pela Unifesp em 2014, mais de 21% dos jovens entre 14 e 25 anos têm sintomas indicativos de depressão. (GUARESEMIN, 2014) A realização dessa pesquisa apresenta contribuições importantes, sendo uma delas a conscientização dos agentes da estrutura escolar sobre a piora da saúde mental dos estudantes e sobre seu papel nesse aspecto. Outro fator importante é o apontamento de ações para combater o problema, além da reflexão sobre a conjuntura escolar já existente. A principal questão que a pesquisa procura responder é se a escola tradicional contribui para o adoecimento mental dos alunos, bem como a diferença entre escolas públicas e privadas no que diz respeito a recursos para lidar com esse problema. A teoria de base do projeto é a definição de saúde e saúde mental. No dia Mundial da Saúde Mental de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) denotou que o conceito de saúde vai além da mera ausência de doença - só é possível tê-la quando há um completo bem estar físico, mental e social. (NAÇÕES UNIDAS, 2016). Quando falamos da saúde mental, os fatores externos são mais influentes nesse bem estar. De acordo com o psiquiatra Lorusso, a saúde mental é "o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas." (1997). O sociólogo francês Émile Durkheim (1998) também aponta a influência das instituições sociais na vida do indivíduo. Para realizar nossa pesquisa, partimos da premissa durkheimiana de que a sociedade e suas instituições agem sobre o indivíduo, tendo, assim, responsabilidade sobre sua construção como pessoa saudável. Apesar disso, Durkheim atribuía a saúde mental dos indivíduos à psicologia e não à sociologia. Diferentemente de Durkheim, Roger Bastide aponta uma relação direta da sociologia com as doenças mentais, trabalhada na sua obra "Sociologia das Doenças Mentais": "As perturbações do espírito exprimem as influências da cultura, da organização da sociedade e do meio humano." (BASTIDE, 1968, p.202). Para o autor, o problema de saúde mental do indivíduo não é apenas dele, mas problema de toda comunidade. Visto isso, as questões mentais dos indivíduos não são unicamente de responsabilidade médica, mas também de atribuição social. Partindo para a pesquisa propriamente dita, usamos como metodologia ferramentas quantitativas e qualitativas por intermédio de questionários e entrevistas para obter maior abrangência de informações. Fizemos um questionário online, via GoogleDocs, com perguntas relacionadas ao que envolve saúde mental, e como ela pode ser afetada por fatores externos, como classe, Bullying, religião, etnia e família. Os dados obtidos através desses meios em escolas com grande diferença socioeconômica nos permitiram evidenciar a discrepância entre elas. Recebemos respostas por este questionário de 281 pessoas de várias escolas, públicas e particulares de Uberlândia e região. Os dados quantitativos são representados por gráficos, e as informações obtidas foram variadas e mais ou menos o que esperávamos. Um exemplo de uma das perguntas presentes era se a escola em que estudavam havia atendimento profissional de psicólogos ou psicopedagogos, no geral, quase 30% responderam que não e 15% falaram que sim, mas apresentavam críticas. As entrevistas também mostraram informações qualitativas com respostas detalhadas e subjetivas de alunos, professores, coordenadores, professores, psicólogos, diretor, etc. Através desta pesquisa, comprovamos as nossas hipóteses de que a instituição escolar influencia na saúde mental dos alunos e tem feito isso de modo negativo. Ficou evidente que há uma grande disparidade entre as escolas públicas e privadas, considerando que as escolas particulares possuem grandes recursos econômicos que proporcionam o desenvolvimento de atividades e profissionais que auxiliam na estabilidade da saúde mental dos estudantes, além de possuir uma estrutura física que supre todas as necessidades escolares; enquanto as escolas públicas sofrem com a negligência no repasse de recursos e na burocratização para a aprovação de projetos. A doutora na área de saúde mental, Maria Eufrásio Bremberger (2010), faz uma crítica ao modelo escolar tradicional capitalista que se volta diretamente às questões escolares ligadas somente a metodologia, retirando a subjetividade e humanidade, impondo um ensino tecnicista. Entendemos que a forma de funcionamento do método de educação, extremamente burocrática, conteudista, mecânica e no modelo em que o professor, possuidor de conhecimento, ensina para o aluno, o qual não é visto como sujeito já detentor de algum saber, retira totalmente o protagonismo do estudante em seu aprendizado, engessando sua criatividade e liberdade de pensamento. O problema da saúde mental nos estudantes é complexo e vai além dos muros da escola, envolvendo família, amigos, sexualidade, condição financeira e violência. Apesar disso, a educação não pode atuar como fator agravante desse problema, pelo contrário, ela pode se transformar em um ambiente de amparo para os alunos. Para tanto, a escola deve fornecer atendimento psicológico seguro, eficaz e gratuito, além de investir em programas de conscientização e prevenção no âmbito da saúde mental e do bullying e procurar métodos alternativos de ensino que não promovam a competição exacerbada. Um exemplo disso é a Escola Âncora, idealizada por José Pacheco, que incentiva a autonomia dos alunos, abolindo provas, ciclos e séries, e não encara os professores como únicos detentores de conhecimento. (2014) Palavras-chave: educação, saúde mental, sociologia, escola Referências BREMBERGER, M.E. (2010). Queixas escolares: Que educação é essa que adoece? Revista de Educação, 127-139. DURKHEIM, Émile. Educación y Pedagogia. Buenos Aires: Editorial Losada. p. 7-73, 1998. BASTIDE, Roger. Sociologia das doenças mentais. Lisboa: Publicações Europa-América; 1968. "
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "443-55078-25112018-200547.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:53:41"
    "updated_at" => "2020-08-11 17:19:21"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "MARCELA SILVA CAMARGO DINIZ"
    "autor_nome_curto" => "MARCELA"
    "autor_email" => null
    "autor_ies" => null
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-vii-enalic"
    "edicao_nome" => "Anais VII ENALIC"
    "edicao_evento" => "VII Encontro Nacional das Licenciaturas"
    "edicao_ano" => 2018
    "edicao_pasta" => "anais/enalic/2018"
    "edicao_logo" => "5e49f810852b5_16022020231856.png"
    "edicao_capa" => "5e49f81084a9f_16022020231856.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2018-12-03 23:00:00"
    "publicacao_id" => 57
    "publicacao_nome" => "Revista ENALIC"
    "publicacao_codigo" => "2526-3234"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 51801
    "edicao_id" => 104
    "trabalho_id" => 2092
    "inscrito_id" => 55078
    "titulo" => "A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS SECUNDARISTAS"
    "resumo" => " A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS SECUNDARISTAS Marcela Silva Camargo Diniz/marcelacamargodiniz@gmail.com / Universidade Federal de Uberlândia Giovanna Costa Silva/Universidade Federal de Uberlândia André Silva Fernandes /Universidade Federal de Uberlândia Maria Eduarda Martins Oliveira/ Universidade Federal de Uberlândia Rhanyela Silva Lins/ Universidade Federal de Uberlândia Vitória Coelho Lopes/ Universidade Federal de Uberlândia Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo A pesquisa aqui apresentada foi elaborada no primeiro semestre de 2018, na disciplina "PIPE I - Projeto Integrado de Pesquisa" do curso de licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia, e tem como foco a saúde mental dos alunos no ambiente escolar. O tema se mostra relevante para o contexto atual, já que cada vez mais jovens em idade escolar estão adoecendo. Segundo uma pesquisa realizada pela Unifesp em 2014, mais de 21% dos jovens entre 14 e 25 anos têm sintomas indicativos de depressão. (GUARESEMIN, 2014) A realização dessa pesquisa apresenta contribuições importantes, sendo uma delas a conscientização dos agentes da estrutura escolar sobre a piora da saúde mental dos estudantes e sobre seu papel nesse aspecto. Outro fator importante é o apontamento de ações para combater o problema, além da reflexão sobre a conjuntura escolar já existente. A principal questão que a pesquisa procura responder é se a escola tradicional contribui para o adoecimento mental dos alunos, bem como a diferença entre escolas públicas e privadas no que diz respeito a recursos para lidar com esse problema. A teoria de base do projeto é a definição de saúde e saúde mental. No dia Mundial da Saúde Mental de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) denotou que o conceito de saúde vai além da mera ausência de doença - só é possível tê-la quando há um completo bem estar físico, mental e social. (NAÇÕES UNIDAS, 2016). Quando falamos da saúde mental, os fatores externos são mais influentes nesse bem estar. De acordo com o psiquiatra Lorusso, a saúde mental é "o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas." (1997). O sociólogo francês Émile Durkheim (1998) também aponta a influência das instituições sociais na vida do indivíduo. Para realizar nossa pesquisa, partimos da premissa durkheimiana de que a sociedade e suas instituições agem sobre o indivíduo, tendo, assim, responsabilidade sobre sua construção como pessoa saudável. Apesar disso, Durkheim atribuía a saúde mental dos indivíduos à psicologia e não à sociologia. Diferentemente de Durkheim, Roger Bastide aponta uma relação direta da sociologia com as doenças mentais, trabalhada na sua obra "Sociologia das Doenças Mentais": "As perturbações do espírito exprimem as influências da cultura, da organização da sociedade e do meio humano." (BASTIDE, 1968, p.202). Para o autor, o problema de saúde mental do indivíduo não é apenas dele, mas problema de toda comunidade. Visto isso, as questões mentais dos indivíduos não são unicamente de responsabilidade médica, mas também de atribuição social. Partindo para a pesquisa propriamente dita, usamos como metodologia ferramentas quantitativas e qualitativas por intermédio de questionários e entrevistas para obter maior abrangência de informações. Fizemos um questionário online, via GoogleDocs, com perguntas relacionadas ao que envolve saúde mental, e como ela pode ser afetada por fatores externos, como classe, Bullying, religião, etnia e família. Os dados obtidos através desses meios em escolas com grande diferença socioeconômica nos permitiram evidenciar a discrepância entre elas. Recebemos respostas por este questionário de 281 pessoas de várias escolas, públicas e particulares de Uberlândia e região. Os dados quantitativos são representados por gráficos, e as informações obtidas foram variadas e mais ou menos o que esperávamos. Um exemplo de uma das perguntas presentes era se a escola em que estudavam havia atendimento profissional de psicólogos ou psicopedagogos, no geral, quase 30% responderam que não e 15% falaram que sim, mas apresentavam críticas. As entrevistas também mostraram informações qualitativas com respostas detalhadas e subjetivas de alunos, professores, coordenadores, professores, psicólogos, diretor, etc. Através desta pesquisa, comprovamos as nossas hipóteses de que a instituição escolar influencia na saúde mental dos alunos e tem feito isso de modo negativo. Ficou evidente que há uma grande disparidade entre as escolas públicas e privadas, considerando que as escolas particulares possuem grandes recursos econômicos que proporcionam o desenvolvimento de atividades e profissionais que auxiliam na estabilidade da saúde mental dos estudantes, além de possuir uma estrutura física que supre todas as necessidades escolares; enquanto as escolas públicas sofrem com a negligência no repasse de recursos e na burocratização para a aprovação de projetos. A doutora na área de saúde mental, Maria Eufrásio Bremberger (2010), faz uma crítica ao modelo escolar tradicional capitalista que se volta diretamente às questões escolares ligadas somente a metodologia, retirando a subjetividade e humanidade, impondo um ensino tecnicista. Entendemos que a forma de funcionamento do método de educação, extremamente burocrática, conteudista, mecânica e no modelo em que o professor, possuidor de conhecimento, ensina para o aluno, o qual não é visto como sujeito já detentor de algum saber, retira totalmente o protagonismo do estudante em seu aprendizado, engessando sua criatividade e liberdade de pensamento. O problema da saúde mental nos estudantes é complexo e vai além dos muros da escola, envolvendo família, amigos, sexualidade, condição financeira e violência. Apesar disso, a educação não pode atuar como fator agravante desse problema, pelo contrário, ela pode se transformar em um ambiente de amparo para os alunos. Para tanto, a escola deve fornecer atendimento psicológico seguro, eficaz e gratuito, além de investir em programas de conscientização e prevenção no âmbito da saúde mental e do bullying e procurar métodos alternativos de ensino que não promovam a competição exacerbada. Um exemplo disso é a Escola Âncora, idealizada por José Pacheco, que incentiva a autonomia dos alunos, abolindo provas, ciclos e séries, e não encara os professores como únicos detentores de conhecimento. (2014) Palavras-chave: educação, saúde mental, sociologia, escola Referências BREMBERGER, M.E. (2010). Queixas escolares: Que educação é essa que adoece? Revista de Educação, 127-139. DURKHEIM, Émile. Educación y Pedagogia. Buenos Aires: Editorial Losada. p. 7-73, 1998. BASTIDE, Roger. Sociologia das doenças mentais. Lisboa: Publicações Europa-América; 1968. "
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "443-55078-25112018-200547.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:53:41"
    "updated_at" => "2020-08-11 17:19:21"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "MARCELA SILVA CAMARGO DINIZ"
    "autor_nome_curto" => "MARCELA"
    "autor_email" => null
    "autor_ies" => null
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-vii-enalic"
    "edicao_nome" => "Anais VII ENALIC"
    "edicao_evento" => "VII Encontro Nacional das Licenciaturas"
    "edicao_ano" => 2018
    "edicao_pasta" => "anais/enalic/2018"
    "edicao_logo" => "5e49f810852b5_16022020231856.png"
    "edicao_capa" => "5e49f81084a9f_16022020231856.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2018-12-03 23:00:00"
    "publicacao_id" => 57
    "publicacao_nome" => "Revista ENALIC"
    "publicacao_codigo" => "2526-3234"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS SECUNDARISTAS Marcela Silva Camargo Diniz/marcelacamargodiniz@gmail.com / Universidade Federal de Uberlândia Giovanna Costa Silva/Universidade Federal de Uberlândia André Silva Fernandes /Universidade Federal de Uberlândia Maria Eduarda Martins Oliveira/ Universidade Federal de Uberlândia Rhanyela Silva Lins/ Universidade Federal de Uberlândia Vitória Coelho Lopes/ Universidade Federal de Uberlândia Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo A pesquisa aqui apresentada foi elaborada no primeiro semestre de 2018, na disciplina "PIPE I - Projeto Integrado de Pesquisa" do curso de licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia, e tem como foco a saúde mental dos alunos no ambiente escolar. O tema se mostra relevante para o contexto atual, já que cada vez mais jovens em idade escolar estão adoecendo. Segundo uma pesquisa realizada pela Unifesp em 2014, mais de 21% dos jovens entre 14 e 25 anos têm sintomas indicativos de depressão. (GUARESEMIN, 2014) A realização dessa pesquisa apresenta contribuições importantes, sendo uma delas a conscientização dos agentes da estrutura escolar sobre a piora da saúde mental dos estudantes e sobre seu papel nesse aspecto. Outro fator importante é o apontamento de ações para combater o problema, além da reflexão sobre a conjuntura escolar já existente. A principal questão que a pesquisa procura responder é se a escola tradicional contribui para o adoecimento mental dos alunos, bem como a diferença entre escolas públicas e privadas no que diz respeito a recursos para lidar com esse problema. A teoria de base do projeto é a definição de saúde e saúde mental. No dia Mundial da Saúde Mental de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) denotou que o conceito de saúde vai além da mera ausência de doença - só é possível tê-la quando há um completo bem estar físico, mental e social. (NAÇÕES UNIDAS, 2016). Quando falamos da saúde mental, os fatores externos são mais influentes nesse bem estar. De acordo com o psiquiatra Lorusso, a saúde mental é "o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas." (1997). O sociólogo francês Émile Durkheim (1998) também aponta a influência das instituições sociais na vida do indivíduo. Para realizar nossa pesquisa, partimos da premissa durkheimiana de que a sociedade e suas instituições agem sobre o indivíduo, tendo, assim, responsabilidade sobre sua construção como pessoa saudável. Apesar disso, Durkheim atribuía a saúde mental dos indivíduos à psicologia e não à sociologia. Diferentemente de Durkheim, Roger Bastide aponta uma relação direta da sociologia com as doenças mentais, trabalhada na sua obra "Sociologia das Doenças Mentais": "As perturbações do espírito exprimem as influências da cultura, da organização da sociedade e do meio humano." (BASTIDE, 1968, p.202). Para o autor, o problema de saúde mental do indivíduo não é apenas dele, mas problema de toda comunidade. Visto isso, as questões mentais dos indivíduos não são unicamente de responsabilidade médica, mas também de atribuição social. Partindo para a pesquisa propriamente dita, usamos como metodologia ferramentas quantitativas e qualitativas por intermédio de questionários e entrevistas para obter maior abrangência de informações. Fizemos um questionário online, via GoogleDocs, com perguntas relacionadas ao que envolve saúde mental, e como ela pode ser afetada por fatores externos, como classe, Bullying, religião, etnia e família. Os dados obtidos através desses meios em escolas com grande diferença socioeconômica nos permitiram evidenciar a discrepância entre elas. Recebemos respostas por este questionário de 281 pessoas de várias escolas, públicas e particulares de Uberlândia e região. Os dados quantitativos são representados por gráficos, e as informações obtidas foram variadas e mais ou menos o que esperávamos. Um exemplo de uma das perguntas presentes era se a escola em que estudavam havia atendimento profissional de psicólogos ou psicopedagogos, no geral, quase 30% responderam que não e 15% falaram que sim, mas apresentavam críticas. As entrevistas também mostraram informações qualitativas com respostas detalhadas e subjetivas de alunos, professores, coordenadores, professores, psicólogos, diretor, etc. Através desta pesquisa, comprovamos as nossas hipóteses de que a instituição escolar influencia na saúde mental dos alunos e tem feito isso de modo negativo. Ficou evidente que há uma grande disparidade entre as escolas públicas e privadas, considerando que as escolas particulares possuem grandes recursos econômicos que proporcionam o desenvolvimento de atividades e profissionais que auxiliam na estabilidade da saúde mental dos estudantes, além de possuir uma estrutura física que supre todas as necessidades escolares; enquanto as escolas públicas sofrem com a negligência no repasse de recursos e na burocratização para a aprovação de projetos. A doutora na área de saúde mental, Maria Eufrásio Bremberger (2010), faz uma crítica ao modelo escolar tradicional capitalista que se volta diretamente às questões escolares ligadas somente a metodologia, retirando a subjetividade e humanidade, impondo um ensino tecnicista. Entendemos que a forma de funcionamento do método de educação, extremamente burocrática, conteudista, mecânica e no modelo em que o professor, possuidor de conhecimento, ensina para o aluno, o qual não é visto como sujeito já detentor de algum saber, retira totalmente o protagonismo do estudante em seu aprendizado, engessando sua criatividade e liberdade de pensamento. O problema da saúde mental nos estudantes é complexo e vai além dos muros da escola, envolvendo família, amigos, sexualidade, condição financeira e violência. Apesar disso, a educação não pode atuar como fator agravante desse problema, pelo contrário, ela pode se transformar em um ambiente de amparo para os alunos. Para tanto, a escola deve fornecer atendimento psicológico seguro, eficaz e gratuito, além de investir em programas de conscientização e prevenção no âmbito da saúde mental e do bullying e procurar métodos alternativos de ensino que não promovam a competição exacerbada. Um exemplo disso é a Escola Âncora, idealizada por José Pacheco, que incentiva a autonomia dos alunos, abolindo provas, ciclos e séries, e não encara os professores como únicos detentores de conhecimento. (2014) Palavras-chave: educação, saúde mental, sociologia, escola Referências BREMBERGER, M.E. (2010). Queixas escolares: Que educação é essa que adoece? Revista de Educação, 127-139. DURKHEIM, Émile. Educación y Pedagogia. Buenos Aires: Editorial Losada. p. 7-73, 1998. BASTIDE, Roger. Sociologia das doenças mentais. Lisboa: Publicações Europa-América; 1968.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.