Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DIGITAL COM ALUNOS RETIDOS NO 3º ANO DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM-PA

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Para agir nessa problemática, partimos da concepção de linguagem enquanto interação (TRAVAGLIA, 2009), sendo constituída no social, no histórico e nas relações com o outro. A partir dessas relações, sentidos e significados são atribuídos à realidade e a tudo que a engendra. Este outro é o horizonte discursivo e fonte de produção do dizer, ora se engajando, ora refutando. Por isso, o caráter dialógico da linguagem (BAKHTIN, 2006). Em função disso, há necessidade de a escola estar mais conectada com a vida em suas múltiplas linguagens e saberes constituintes das identidades dos alunos (ROJO, 2013). A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza aspectos sócio-históricos dessa aquisição (TFOUNI, 1995) e por meio deste que o sujeito deverá aplicar saberes daquela em práticas sociais cotidianas, o que o induz a assumir o exercitar constante de práticas efetivas de leitura e escrita (SOARES, 2002,). Sendo assim, e considerando as mudanças sociais em termos tecnológicos, cabe-nos envolver os alunos em práticas de leitura e escrita em ambientes digitalizados cujas ferramentas têm potencial de persuadir, envolver, desafiar. Aliado a isso, é pertinente que se fomentem avanços dos alunos em suas hipóteses de escrita, alavancando o processo de alfabetização (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985) e propiciando aos alunos se tornarem produtores e leitores proficientes de textos, seja na cultura do papel, seja na cultura da tela (SOARES, 2002). Nesse aspecto, a diversidade de gêneros literários (físicos ou virtuais) pode dialogar com os registros culturais da Amazônia, pois não apenas favorecem ambiente de construção de sentidos e significados centrados em saberes locais, como também criam espaço que amplia a relação com saberes globais (CANCLINI, 2003). Diante disso, as ações propostas e desenvolvidas até o momento, caminham em direção à ampliação das discussões, usos e significados das atividades de leitura e de escrita, trazendo a contribuição do aporte tecnológico aliado ao processo de alfabetização e letramento. A metodologia empreendida associa aspectos investigativos e didáticos, optando-se pela observação participante, na qual licenciandos, como bolsistas, frequentam duas escolas selecionadas mediante critérios definidos (escola pública, atender turmas de 3º ano, ter laboratório de informática ativo), em dias e horários programados com coordenação e professores, de maneira a colaborar com as práticas docentes, nas aprendizagem dos alunos e em sua formação. As ações incluem investigação de processos relacionados à aquisição da lecto-escritura, norteadora do agir no desenvolvimento das oficinas propostas, mediante dados analisados. Para as oficinas são utilizados acervos da Literatura Infanto-Juvenil, da Literatura Oral, precisamente Contos e lendas comuns na Amazônia, ferramentas, aplicativos e plataformas digitais. No período de agosto a dezembro de 2018, serão realizadas oficinas nas duas escolas, uma a cada mês, durante as quais será construído um livro digital interdisciplinar com as produções dos alunos de cada escola. Até o momento, foram realizadas oficinas, em duas escolas dos bairros do Guamá e Terra Firme e que seguiram a mesma sistemática: No primeiro momento, os alunos selecionados segundo o baixo rendimento escolar, foram reunidos na sala de informática, e estimulados a contarem em conjunto com os mediadores a Lenda do Curupira. Enquanto iam contando, eram anotadas algumas palavras que compunham a história sendo elas: curupira, árvore, floresta, animal, caçador, fogo, sol, nuvem, flor, pássaro e planta. Essas palavras foram escritas no quadro e visualizadas por todos; No segundo momento, as crianças sentadas, cada qual num computador, foram convidadas a contar uma história em quadrinhos envolvendo a lenda do Curupira, ou seja, a fazer retextualização, com o apoio das palavras escritas na lousa, por meio do software educativo "Hagáquê", que possibilita a criação de histórias com a edição de imagens, além de permitir o desenho livre e a edição de texto. As crianças já conheciam o programa "hagáquê", apresentando domínio no manuseio da máquina e do programa, porém apresentaram dificuldades na escrita convencional. Mas, o interesse em tecer a história em harmonia com as imagens, mediadas pelo computador, fizeram-nas persistir na escrita, de maneira inteligível, o que para início das ações já se mostrou promissor. Portanto, usar as tecnologias digitais como ferramenta para a alfabetização tem se mostrado meio estratégico para despertar nos alunos a vontade de superar seus limites na escrita e leitura, através do desafio da escrita de uma história por meio do letramento digital. Neste trabalho, não só as crianças aprendem, todos estão tendo a oportunidade de aprender, interagindo com gêneros textuais diversos: lendas, contos, histórias em quadrinhos etc, partindo das narrativas orais para a escrita de maneira contextualizada, valorativa e insterdisciplinar, vivenciando eventos de letramento que valorizam tanto textos que circulam há bastante tempo e são legitimados pela escola, quanto os que foram invisibilizados (OLIVEIRA & CANDAU, 2010), ao longo do processo de colonização, principalmente, no contexto amazônico. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

O texto relata parte de um processo de alfabetização e letramento empregando novas tecnologias em oficinas com alunos do 3º ano de duas escolas públicas de Belém-Pa. O trabalho foi realizado por estudantes dos cursos de Pedagogia e Licenciatura integrada em ciências matemática e linguagens da Universidade Federal do Pará:, como parte do projeto de extensão "Entre lendas e contos: o papel das novas tecnologias no processo de Alfabetização", vinculado à PROEX-UFPA-Programa Navega Saberes, que se dedica a analisar a escrita e leitura no processo de alfabetização de alunos retidos no 3º ano, com baixos índices de aprendizagens, propondo intervenções com novas tecnologias, em escolas de Belém-Pa. A não apropriação do sistema de escrita alfabético, assim como um processo escolar carente de significados acabam por afetar negativamente a autoestima, ocasionando péssimos desempenhos e evasão escolar de alunos em processo em inicial de escolarização. Para agir nessa problemática, partimos da concepção de linguagem enquanto interação (TRAVAGLIA, 2009), sendo constituída no social, no histórico e nas relações com o outro. A partir dessas relações, sentidos e significados são atribuídos à realidade e a tudo que a engendra. Este outro é o horizonte discursivo e fonte de produção do dizer, ora se engajando, ora refutando. Por isso, o caráter dialógico da linguagem (BAKHTIN, 2006). Em função disso, há necessidade de a escola estar mais conectada com a vida em suas múltiplas linguagens e saberes constituintes das identidades dos alunos (ROJO, 2013). A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza aspectos sócio-históricos dessa aquisição (TFOUNI, 1995) e por meio deste que o sujeito deverá aplicar saberes daquela em práticas sociais cotidianas, o que o induz a assumir o exercitar constante de práticas efetivas de leitura e escrita (SOARES, 2002,). 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