Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

OS DISCURSOS PEDAGÓGICOS DO SUJEITO DOCENTE DA EDUCAÇÃO FÍSICA: PERIGO À VISTA!

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Frente a essas movimentações, o Ensino Superior parece tencionar "a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo", como expressa o art. 43, I, da LDB 9394/96 e passa a objetivar a produção dos profissionais destes tempos: o cosmopolita inacabado (POPKEWITZ, 2004). Isso se intensifica ao abordarmos a formação do professor. Afinal, ele será responsável pelos modos de ser das novas gerações. Em geral, as pesquisas a respeito da formação docente buscam nas histórias de vida, narrativas que trazem à cena um repertório de memórias que permitem aos pesquisadores analisarem o que afasta e o que aproxima os sujeitos dessas pesquisas da identidade docente que se quer ser a correta, desejada. Enfim, trata-se de estudos que ao falar sobre a docência constroem o que ela é e como que cada docente deve ser. O que não se vê são pesquisas que permitem percebermos como o docente é amarrado na sua própria história. Apoiados em Michel Foucault (1995), concebemos a constituição do sujeito no enfrentamento entre os discursos de verdade sobre a docência, que são produzidos tanto pelos saberes que se elaboram sobre o docente e a pedagogia, que constituem uma ordem do discurso nesse campo, como pelo poder, tomado aqui como a operação sobre o campo de possibilidades de ação de si e do outro, isto é, a relação que ocorre entre sujeitos e que permite e regula a condução da conduta. Diante disso, não há como desconsiderar o currículo da formação inicial nesse processo, visto que se trata de um percurso que tem por finalidade a produção de identidades afeitas a determinado projeto social (SILVA, 1999). Apesar do currículo não ser um campo de tendências conceituais unificado, nele se consolida uma visão na qual o discurso pedagógico parece ser a produção de um falante individual e autônomo. O lugar do discurso pedagógico do docente é invisibilizado. Não há condições para se perceber que o sujeito docente é formado por ordens discursivas diversas, que o faz atuar no interior de agências de controle da população (DIAZ, 1998). Neste quadro, este trabalho examinou os regimes discursivos e as posições de sujeito enunciadas no currículo da formação inicial superior, que produzem tanto a identidade do professor de Educação Física como a da sua prática pedagógica e buscou inferir como essas posições e práticas potencializam ou minimizam a governamentalidade neoliberal. A investigação ocorreu por meio da entrevista narrativa (Jovchelovich; Bauer, 2002) com cinco professores que cursaram a formação inicial superior em uma mesma instituição pública e foram assujeitados ao mesmo currículo. Todos atuam em diversos segmentos da educação básica, tanto no setor público como no particular. Destaco dois aspectos que justificam sua escolha: primeiro, na entrevista narrativa a fala livre escapa dos enquadramentos teóricos que costumam capturar a escrita ou os posicionamentos das pessoas, sejam as efetuadas no seu ambiente de trabalho, sejam as que se habituaram a realizar na universidade. Segundo, entendo que a narrativa permite ao sujeito da fala posicionar-se no interior dos discursos da pedagogia e da Educação Física, favorecendo a enunciação da ação didática que emprega e a da sua formação. A entrevista narrativa possibilita a acontecimentalização da formação e da ação docente sob o ponto de vista dos seus sujeitos. Como acontecimento, as entrevistas não seguiram o mesmo percurso. Afinal, os agenciamentos entre narrador e pesquisador e entre eles e si mesmo produziram textos com conteúdos e dimensões diversas. A partir das entrevistas, significamos a produção discursiva dos docentes, com destaque para as suas concepções de Educação Física e para o modo como conduzem suas condutas e a dos outros face aos dilemas da escola contemporânea. O material empírico produzido foi submetido às análises dos marcos teóricos dos Estudos Culturais, em sua perspectiva pós?estruturalista, e às contribuições de Michel Foucault acerca da governamentalidade (2008), entendida com a arte de governo de si e dos outros. Os resultados indicam que apesar do currículo da formação inicial produzir discursos normativos de várias áreas do conhecimento, tais como os da saúde, da aptidão física, da pedagogia do esporte entre outros, afirma a educação crítica e a pedagogia prazerosa como regimes de verdade em relação à função e a prática da Educação Física escolar e, como efeito, aprisiona os docentes em identidades salvacionistas e amigáveis. Por outro lado, os participantes da pesquisa anunciam promover ações pedagógicas com objetivos emancipatórios, mas, de forma ambivalente, assujeitam seus discentes aos modos hegemônicos de governamento que dizem combater, em função da confusão das escolhas epistemológicas que fazem a fim de pautar sua prática. Anunciam uma pedagogia crítica, mas as atividades que selecionam, organizam e avaliam têm finalidades tecnicistas. Consideramos que a produção discursiva presente no currículo investigado não possibilita ao egresso compreender a educação como dispositivo de governo de si e dos alunos. Tampouco que as teorias pedagógicas que conduzem o fazer docente são mecanismos que criam um domínio de educabilidade e governamentalidade articulado com diferentes concepções de sujeito, conhecimento e sociedade, potencializando o fracasso de suas intenções. Diante dos dados produzidos é possível inferir que ao confrontarem os resultados da sua prática com as cobranças e verdades afirmadas sobre a escola, as crianças, os jovens e a prática pedagógica que realizam, os docentes ficarão suscetíveis a uma agenda de formação de professores pautadas em expectativas eficientistas e imediatistas, que tanto favorecem aspectos como volatilidade e performatividade, como os investimentos do setor público no mercado da formação docente. O que se anuncia é o fortalecimento da captura da educação pública pela governamentalidade neoliberal. Perigo à vista! Palavras-chave: currículo - formação superior - Educação Física - governamentalidade. REFERÊNCIAS BALL, S. Reformar escolas/ reformar professores e os terrores da performatividade. Revista Portuguesa de Educação. Vol. 15, nº02. Minho, 2002, p. 3-23. FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: RABINOW, P.; DREYFUSS, H. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. FOUCAULT, M. Segurança, território e população. São Paulo: Martins Fontes, 2008. Jovchelovich S; Bauer M.W. Entrevista Narrativa. In: Bauer M.W, Gaskell G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes; 2002. POPKEWITZ, T.S. A reforma como administração social da criança: globalização do conhecimento e do poder. In: BURBULES, N.; TORRES, C.A. Globalização e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. SILVA, T.T. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999."
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Frente a essas movimentações, o Ensino Superior parece tencionar "a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo", como expressa o art. 43, I, da LDB 9394/96 e passa a objetivar a produção dos profissionais destes tempos: o cosmopolita inacabado (POPKEWITZ, 2004). Isso se intensifica ao abordarmos a formação do professor. Afinal, ele será responsável pelos modos de ser das novas gerações. Em geral, as pesquisas a respeito da formação docente buscam nas histórias de vida, narrativas que trazem à cena um repertório de memórias que permitem aos pesquisadores analisarem o que afasta e o que aproxima os sujeitos dessas pesquisas da identidade docente que se quer ser a correta, desejada. Enfim, trata-se de estudos que ao falar sobre a docência constroem o que ela é e como que cada docente deve ser. O que não se vê são pesquisas que permitem percebermos como o docente é amarrado na sua própria história. 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Não há condições para se perceber que o sujeito docente é formado por ordens discursivas diversas, que o faz atuar no interior de agências de controle da população (DIAZ, 1998). Neste quadro, este trabalho examinou os regimes discursivos e as posições de sujeito enunciadas no currículo da formação inicial superior, que produzem tanto a identidade do professor de Educação Física como a da sua prática pedagógica e buscou inferir como essas posições e práticas potencializam ou minimizam a governamentalidade neoliberal. A investigação ocorreu por meio da entrevista narrativa (Jovchelovich; Bauer, 2002) com cinco professores que cursaram a formação inicial superior em uma mesma instituição pública e foram assujeitados ao mesmo currículo. Todos atuam em diversos segmentos da educação básica, tanto no setor público como no particular. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

Os discursos pedagógicos do sujeito docente da Educação Física: perigo à vista! Mário Luiz Ferrari Nunes/mario.nunes@fef.unicamp.br/Faculdade de Educação Física -Unicamp/ SP Eixo Temático: Políticas educacionais, avaliação e currículo Agência Financiadora: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Resumo É notório o impacto que a Globalização e a hegemonia política e econômica neoliberal proporcionaram sobre as estruturas do setor público. Dentre seus efeitos, destaca-se a elaboração de novas estratégias que visam a governar as populações e ajustar os indivíduos às novas configurações do Estado (BALL. 2002). O ponto nodal dessas mudanças é a questão da identidade. Estão na pauta as lutas pela definição das táticas que promovem o controle das condutas dos sujeitos. Frente a essas movimentações, o Ensino Superior parece tencionar "a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo", como expressa o art. 43, I, da LDB 9394/96 e passa a objetivar a produção dos profissionais destes tempos: o cosmopolita inacabado (POPKEWITZ, 2004). Isso se intensifica ao abordarmos a formação do professor. Afinal, ele será responsável pelos modos de ser das novas gerações. Em geral, as pesquisas a respeito da formação docente buscam nas histórias de vida, narrativas que trazem à cena um repertório de memórias que permitem aos pesquisadores analisarem o que afasta e o que aproxima os sujeitos dessas pesquisas da identidade docente que se quer ser a correta, desejada. Enfim, trata-se de estudos que ao falar sobre a docência constroem o que ela é e como que cada docente deve ser. O que não se vê são pesquisas que permitem percebermos como o docente é amarrado na sua própria história. Apoiados em Michel Foucault (1995), concebemos a constituição do sujeito no enfrentamento entre os discursos de verdade sobre a docência, que são produzidos tanto pelos saberes que se elaboram sobre o docente e a pedagogia, que constituem uma ordem do discurso nesse campo, como pelo poder, tomado aqui como a operação sobre o campo de possibilidades de ação de si e do outro, isto é, a relação que ocorre entre sujeitos e que permite e regula a condução da conduta. Diante disso, não há como desconsiderar o currículo da formação inicial nesse processo, visto que se trata de um percurso que tem por finalidade a produção de identidades afeitas a determinado projeto social (SILVA, 1999). Apesar do currículo não ser um campo de tendências conceituais unificado, nele se consolida uma visão na qual o discurso pedagógico parece ser a produção de um falante individual e autônomo. O lugar do discurso pedagógico do docente é invisibilizado. Não há condições para se perceber que o sujeito docente é formado por ordens discursivas diversas, que o faz atuar no interior de agências de controle da população (DIAZ, 1998). Neste quadro, este trabalho examinou os regimes discursivos e as posições de sujeito enunciadas no currículo da formação inicial superior, que produzem tanto a identidade do professor de Educação Física como a da sua prática pedagógica e buscou inferir como essas posições e práticas potencializam ou minimizam a governamentalidade neoliberal. A investigação ocorreu por meio da entrevista narrativa (Jovchelovich; Bauer, 2002) com cinco professores que cursaram a formação inicial superior em uma mesma instituição pública e foram assujeitados ao mesmo currículo. Todos atuam em diversos segmentos da educação básica, tanto no setor público como no particular. Destaco dois aspectos que justificam sua escolha: primeiro, na entrevista narrativa a fala livre escapa dos enquadramentos teóricos que costumam capturar a escrita ou os posicionamentos das pessoas, sejam as efetuadas no seu ambiente de trabalho, sejam as que se habituaram a realizar na universidade. Segundo, entendo que a narrativa permite ao sujeito da fala posicionar-se no interior dos discursos da pedagogia e da Educação Física, favorecendo a enunciação da ação didática que emprega e a da sua formação. A entrevista narrativa possibilita a acontecimentalização da formação e da ação docente sob o ponto de vista dos seus sujeitos. Como acontecimento, as entrevistas não seguiram o mesmo percurso. Afinal, os agenciamentos entre narrador e pesquisador e entre eles e si mesmo produziram textos com conteúdos e dimensões diversas. 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