Estratégias pedagógicas de fato inclusivas devem atrelar os objetivos didáticos da proposta às potencialidades que os discentes podem alcançar, trazendo em consonância as possíveis barreiras a serem encontradas associadas a soluções metodológicas que permitam ao aluno desenvolver estas habilidades pouco apuradas ao longo deste percurso. Indivíduos que apresentam Síndrome de Asperger (SA) expressam uma caracterizada disfunção social. Notadamente, demonstram ausência de reguladores sociais, trazendo como consequência um isolamento de seus pares no ambiente escolar, muito em função da dificuldade em estabelecer relações interpessoais. Dentro deste contexto, o presente relato de experiência descreve como a elaboração/apresentação de seminários científicos a partir da utilização de mídias visuais, realizando uma gradual transição entre o fazer pedagógico individual (isolado de seus pares) até chegar ao trabalho coletivo, oportunizou o desenvolvimento de habilidades sociais em um estudante com SA em uma turma regular do 8º ano do Ensino Fundamental. Foi observado, tanto para o discente com SA quanto para seus pares, o desenvolvimento de valores como empatia e respeito ao outro. A evolução em sua capacidade de relacionar-se interpessoalmente ao longo da atividade foi significativa, e mais importante, esta experiência ainda reverbera em seu cotidiano escolar. Experiências como a apresentada podem contribuir para o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas, permitindo que indivíduos com SA sintam-se mais confortáveis em situações coletivas e menos isolados nos grupos sociais que integram, facilitando assim tanto seu cotidiano escolar quanto os intrínsecos processos de aprendizagem.