Consta no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders da American Psychiatric Association o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade como diagnóstico psiquiátrico. A noção patológica foi consolidada em 1990, quando criou-se o termo atual implantado no DSM-IV. Alguns pesquisadores consideram o “transtorno” resultado de um desvio de desenvolvimento; outros, como condição histórica do sujeito contemporâneo, mas prevalece a vertente da psiquiatria biologista de patologização alicerçada na noção de disfunção neuroquímica. Este elemento evidencia-se no uso de medicamentos psicoestimulantes como anfetaminas e metilfenidato. Este minicurso terá como objetivo historicizar a construção do TDAH pelos saberes psiquiátrico e neurocientífico, suas várias tipificações e as permanências e rupturas das relações de poder na escola. Analisamos a medicalização da vida na educação como estratégia de biopoder no disciplinamento dos corpos; na biopolítica, com a agência dos dispositivos de segurança sobre a população e a busca da autogestão dos indivíduos na sociedade de controle.