Introdução: Queimaduras são lesões ocasionadas pela exposição de tecidos orgânicos a diversas formas de energia: térmicas, químicas ou ionizantes. A queimadura compromete a integridade funcional da pele, portanto, a magnitude de suas funções depende da extensão e profundidade da queimadura. Na velhice, ocorrem mudanças estruturais no sistema tegumentar, o que necessitará de vigilância contínua na tentativa de prevenir complicações decorrentes da queimadura. Os idosos correspondem a 10% dos casos da população mais envolvida em queimaduras e os que têm a mais alta taxa de mortalidade relativa. Tendo esse grupo a pele atrófica, desidratada e pouco vascularizada, sujeita às lesões mais profundas, cicatrização mais lenta e com maior risco de infecção, constitui-se num desafio para o enfermeiro traçar planos de cuidados que atendam às inúmeras ameaças físicas que podem sobrevir, além dos aspectos social e psicológico. Objetivo: Verificar o perfil epidemiológico de idosos vítimas de queimaduras e identificar os principais fatores responsáveis para essa ocorrência. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo de caráter exploratório, com abordagem quanti-qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida no hospital de emergência e trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, no município de Campina Grande – PB e a população estudada composta por todos os pacientes idosos com diagnóstico de queimadura que foram atendidos ou estiveram hospitalizados no referido hospital durante a coleta de dados no período de 2012 e 2013. Resultados e discussões: A amostra foi de 10 idosos, onde o sexo feminino apresentou maior prevalência, correspondendo a 80% dos casos, com idade variando entre 64-87 anos. O grau de escolaridade em 50% dos entrevistados era de analfabetos, perfazendo nesse grupo o sexo masculino em 100% dos casos, enquanto o sexo feminino variou além desse, em ensino fundamental e médio. Das regiões do corpo acometidas por queimaduras, o tórax e abdome juntamente representaram 50%, seguindo posteriormente os MMII com 30% e MMSS em 20%. Foram relatadas várias formas de como aconteceu a queimadura, mas a maioria em conseqüência à clínica, como tonturas, queda de pressão e/ou acidentes; 50% relataram procurar a assistência médica assim que se queimaram, 40% depois de alguns dias e 10% depois de algumas horas. Quanto ao uso de alguma substância na queimadura, 40% colocaram somente água, 30% não colocaram nada, 10% relataram ter colocado água e pasta d’água adicionados, 10% rifocina e soro e 10% colocaram juntos, água de caju, óleo de coco e de comida. 80% dos idosos relataram ter se queimado pela primeira vez e 20% pela segunda vez. Quando questionados sobre os cuidados ao se queimar, 60% responderam que não sabiam, 20% que conheciam, 10% disseram que o procedimento seria colocar água e mais 10% falaram em procurar assistência médica. Considerações Finais: Este trabalho propõe uma pesquisa e um estudo para conhecimento dos principais fatores causadores de queimaduras em idosos e o seu perfil epidemiológico, para que assim possa despertar a curiosidade para estudar e tentar entender e a partir daí subsidiar políticas de prevenção e controle de acidentes.