INTRODUÇÃO: A Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS) representa um dos maiores problemas de saúde pública mundial, e mesmo assim ainda há um forte estigma por meio da população a respeito dessa patologia. A população de pessoas acima de 60 anos está em franco crescimento. Associado ao aumento da população idosa, os rápidos avanços no ramo tecnológico e da medicina, favoreceram para que estas pessoas pudessem usufruir de uma melhor qualidade de vida, inclusive prolongando a atividade sexual. Porém, o que vemos, é o desconhecimento e o preconceito, que fazem com que o comportamento sexual dessas pessoas seja visto como inadequado e indecente, inclusive pelos próprios idosos. Fazendo com que doenças como a AIDS apresentem uma tendência de aumentar nessa população. Sendo as notificações, importantes instrumentos para identificar a vulnerabilidade desse segmento populacional às doenças transmissíveis sexualmente, entre elas, a infecção pelo HIV. OBJETIVO: Identificar os casos diagnosticados e notificados no estado da Paraíba na população acima de 60 anos e registrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, baseado no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período de 2008 a 2012, onde foram analisados 58 casos na faixa etária acima de 60 anos. Para coletar os dados, foi elaborado um instrumento de coleta. Os resultados foram analisados quantitativamente e posteriormente discutidos de acordo com a literatura pertinente a este estudo. RESULTADOS: Foram avaliadas variáveis relacionadas à faixa etária, sexo, raça, escolaridade e opção sexual de pessoas com 60 anos ou mais. Onde, 81% (47) da população notificada que tinha sua idade compreendida entre 60-69 anos, 13,8% (8) entre 70-79 anos e 5,2% (3) estavam acima dos 80 anos. Atualmente, ainda há mais casos da doença entre os homens do que entre as mulheres. De acordo com a amostra analisada, 62% (36) da população idosa notificada eram ao sexo masculino e, 38% (22) eram do sexo feminino. A escolaridade foi ignorada na notificação durante o período considerado do estudo. Julgando a opção sexual, foi possível a observação de que 60,3% (35) dos idosos disseram ser heterossexuais, 3,5% (2) homossexuais e 1,7% (1) UDI (Usuários de Drogas Injetáveis), sendo, 34,5% (20), a opção sexual foi ignorada pela notificação. CONCLUSÃO: Devemos nos atentar para melhor desempenho das ações de promoção e prevenção da AIDS também na faixa etária acima dos 60 anos, permitindo assim, que as práticas sexuais aconteçam sem limitações neste período da vida. Observou-se ainda que muitas informações durante o processo de notificação/investigação precisam de uma melhor definição, pois ainda existem muitas informações registradas como ignorada. Atentar-se também para o investimento em políticas que visem prestar a assistência de forma integral à pessoa idosa, levando em consideração todas as questões sociais e culturais as quais o idoso está inserido. E ainda, sensibilizar os profissionais de saúde para o novo perfil da sociedade, quebrando tabus em relação à sexualidade nessa faixa etária para que uma melhor assistência seja prestada à população idosa.