As espécies vegetais endêmicas da Caatinga Poincinella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz e a Capparis flexuosa L. apresentam um enorme potencial principalmente pela aplicação em multiusos, como forrageira, na construção, energia, recurso alimentar de insetos e aves e propriedades medicinais já comprovadas e em função das densas populações que se formam mesmo em condições climáticas adversas, bem como em decorrência das vantagens que apresentam em relação a outras espécies de ocorrência na região. Faz-se, portanto necessário pesquisas sobre a performance destas espécies, principalmente a sua eficiência fotossintética e, consequentemente, ao crescimento e adaptação das mesmas ao ambiente semiárido. Com base nisso e em função da variedade de procedimentos experimentais disponíveis, assim como da falta de informações mais detalhadas sobre a utilização destes nas espécies P. pyramidalis e C. flexuosa, realizou-se um estudo visando quantificar os pigmentos fotossintéticos das espécies em questão, mediante o uso de diferentes soluções extratoras, comparando sua eficiência. As amostras de folhas foram coletadas no município de Mossoró, estado do Rio Grande do Norte. Amostras de tecido fresco foram armazenadas em sacos de papel e acondicionadas em caixa de isopor com gelo. Obtiveram-se discos foliares de 1,1 cm de diâmetro, sendo os mesmos pesados e macerados em almofariz com pistilo, utilizando-se como soluções extratoras acetona gelada a 80% (v/v) ou metanol P.A. gelado. Os extratos foram transferidos para tubos de ensaio e centrifugados a 2500 rpm, durante 5 minutos. Finalmente, efetuaram-se as leituras de absorbância das amostras em espectrofotômetro nos comprimentos de onda de 645, 653, 663 e 666 nm para as clorofilas e 470 nm para os carotenoides. Com as leituras, calcularam-se os teores de clorofila a, b, clorofilas totais, carotenoides totais e a razão clorofilas a:b. O presente estudo mostrou que a espécie P. pyramidalis apresenta um maior conteúdo de clorofilas a, b e clorofila total, quando comparada com a C. flexuosa, independentemente do solvente de extração utilizado. Em relação à solução de extração, a clorofila a é mais eficientemente extraída pela a acetona a 80% (v/v). A clorofila b e a clorofila total não sofre influência significativa dos dois solventes de extração utilizados. O conteúdo de carotenoides, nas espécies P. pyramidalis e C. flexuosa, apresentaram os melhores resultados nas condições de ensaio utilizando-se, como meio extrator, a acetona a 80% (v/v). Em relação à espécie, independentemente do meio extrator, a C. pyramidalis apresentou um maior conteúdo de carotenoides, sendo que as diferenças significativas em relação a C. flexuosa, no entanto, somente foram observadas na acetona a 80% (v/v). Os teores de clorofila a, clorofila b, e clorofila total, independente da solução extratora utilizada foram significativamente superiores na P. pyramidalis, quando comparada com a C. flexuosa, enquanto o conteúdo de carotenoides totais e a razão clorofila a:b não diferiram nas duas espécies.