O presente trabalho é fruto de reflexões e experiência em sala de aula em uma escola pública, localizada na cidade de Juazeirinho-PB. O referido estabelecimento de ensino situa-se na mesorregião da Borborema e microrregião do Seridó Oriental. Seu clima é típico semiárido e a vegetação é de caatinga, o que se constitui uma importante oportunidade para se trabalhar com o conteúdo do semiárido de maneira contextualizada no ensino de Geografia. A Geografia é responsável por auxiliar os alunos a lerem o espaço onde vive e só é possível ler o espaço, a partir da compreensão da dinâmica natural e social. Tentou-se, assim, construir juntos aos discentes uma visão de um semiárido onde a vida é possível sem sofrimento, ou seja, lutou-se para desmistificar a imagem de um semiárido apenas castigado pela seca, para isso parte-se do princípio que é preciso aprender a conviver com as adversidades existentes. Planejou-se um conjunto de aulas para os 6º anos e 7º anos (séries onde o referido conteúdo está presente nos currículos), permeado de debates e reflexões. Como materiais de apoio para as aulas, utilizou-se o livro didático, pesquisas na internet e algumas cartilhas disponíveis no site do INSA (Instituto Nacional do Semiárido), importante aliado para quem busca trabalhar uma educação contextualizada com o semiárido. No decorrer das aulas foram solicitadas algumas atividades avaliativas, dentre elas pode-se destacar, a confecção de maquetes de tecnologias sociais para obtenção e armazenamento de águas (cisternas, açudes, barragens, poços artesianos e instalação de dessalinizadores, irrigação por gotejamento e barragens subterrâneas), pois elas são o ponto chave para se conviver bem no semiárido. Portanto, a discussão aqui proposta sobre as estratégias didático-pedagógicas de convivência com o semiárido no ensino de Geografia é uma tentativa de auxiliar outros professores que também almejam essa rica experiência de auxiliar os alunos a entender o lugar onde vive.