Nas duas últimas décadas do século passado, a forma de pensar sobre a leitura e a escrita vem se transformando consideravelmente com foco nas práticas sociais. Segundo Kleiman (2008, p. 18) letramento pode ser entendido como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, como sistema simbólico e como tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos. Assim, entende-se que o professor não aprende apenas pelo que tem de individual, mas, certamente, pelo contexto que o cerca, incluindo significados e usos produzidos em suas redes de relações com o outro. Percebe-se, desta maneira, que há necessidade de implementação do processo formativo, na perspectiva de (re)estabelecer a relação teoria-prática no processo ensino-aprendizagem da leitura e da escrita (SOARES, 2000). Os estudos sobre letramento surgem fortemente no contexto brasileiro nos anos 80 com pesquisas desenvolvidas centradas em contextos educacionais diversos (KATO, 1986; KLEIMAN, 1995; SOARES, 1998; 2000b). Essas pesquisas demonstram mudanças no processo de ensino-aprendizagem de línguas, especificamente na formação docente. Considerando as constantes mudanças nesses contextos, este estudo pretende investigar a produção sobre letramento e formação docente no Brasil, bem como textos-base e metodologias utilizadas nessas pesquisas, incluindo, nesta análise, os estudos do tipo estado do conhecimento. Como aporte metodológico, o presente estudo se pauta nas pesquisas sobre o tema em questão, realizados no período de 2002 a 2015, entre os artigos publicados em periódicos da CAPES.