O presente artigo expõe o relato de experiência da Oficina de Xilogravura desenvolvida no ano de 2015, no Instituto Benjamin Constant (IBC), como parte integrante do “Projeto Rio 450 – na ponta dos dedos”, cujo intuito centrou-se em tecer diálogos acerca da identidade territorial/ pertencimento à cidade do Rio de Janeiro, em comemoração aos 450 anos da fundação histórica da cidade, valorizando, sobretudo as manifestações artístico-culturais da pessoa cega, com baixa visão e/ou surdocega. Para esta oficina objetivou-se, a priori, o conhecimento da técnica de xilogravura, englobando o contexto histórico e cultural desta arte milenar com vistas à ilustração das poesias de cordéis compostas no decorrer da Oficina de Literatura, também complementar do “Projeto Rio 450”. Contudo, o processo de aprendizagem da técnica de xilogravura ultrapassou a questão ilustrativa, pois ao permitir a imersão das pessoas com deficiência visual no processo criativo desta linguagem artística, viabilizou-se não apenas a possibilidade de criação, mas a compreensão daquilo que se cria, aprimorando a sensibilidade estética via o estudo da gravura em suas várias vertentes. Favorecendo, portanto, a inclusão da pessoa cega, com baixa visão e/ou surdocega enquanto protagonistas de expressões culturais e artísticas.