Este artigo parte da ideia de que a governamentalidade neoliberal produz discursos cujos efeitos traduzem a compreensão de que a atitude de ordenar está cedendo lugar para a parceria, para modos de subjetivação cujas tecnologias procuram transformar não apenas o que os sujeitos são, mas também o que poderão ser. Para que ocorra essa transformação subjetiva, é preciso repensar os discursos de verdade propostos pela mídia educativa, construídos nos entremeios de práticas de regulamentação e liberdade da conduta do professor. Problematiza-se: como se constituem as subjetividades dos professores nos processos de formação alternativos propostos pela mídia educativa? Como se dá a condução da conduta do professor em direção ao governo de si? A partir desses questionamentos, objetiva-se descrever a condução da conduta do professor na materialidade linguístico-discursiva que atravessa um texto multimodal do Canal Futura. Esse trabalho inscreve-se metodologicamente na perspectiva interpretativista discursiva e teoricamente nos últimos escritos de Michel Foucault, além das contribuições dos Estudos Culturais. Ao analisar estes discursos, os resultados evidenciam que a constituição das subjetividades do professor não é concebida como uma “obediência nua ao saber do outro”, mas como um conjunto de exercícios que se faz necessário para a condução de sua conduta, para o governo de si mesmo nos jogos de verdade da mídia educativa.