Este artigo tem por objetivo analisar as representações de estudantes quilombolas ingressos na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) através do Processo Seletivo Especial (PSE), modalidade de Ações Afirmativas criada no ano de 2014 na instituição. Também, como essas representações se relacionam com o cotidiano da sala de aula. Bem como compreender como elas e eles, sentem-se em relação à Universidade e à comunidade acadêmica. Na primeira edição da prova, apenas dois estudantes foram aprovados e em 2015 quatorze pessoas ingressaram na Instituição. Já em 2016, trinta estudantes foram aprovadas (os) em dezenove cursos, demostrando um aumento paulatino na quantidade de aprovados. Nesse sentido, para compreensão do tema proposto, utilizamos como recurso metodológico a História Oral. Assim, entrevistamos alunas e alunos quilombolas de diferentes cursos da Unifesspa e que frequentam as aulas regularmente. Também, comparamos o produto das entrevistas ao material colhido durante a fase de pesquisa de campo referente as edições do Processo Seletivo. Deste modo, percebemos que as escolhas dos cursos são feitas de acordo com os interesses particulares e as necessidades coletivas de cada estudante. O que fortalece a noção de pertencimento ao grupo, haja vista que tais escolhas são feitas em referência a realidade das comunidades quilombolas de onde se originam.