O momento do diagnóstico de ser um paciente com sorologia positiva para o Vírus da Imunodeficiência Adquirida é vivenciado de maneira impactante, gerando uma sobrecarga emocional que leva às mudanças de comportamento, bem como do modo de viver e perceber a vida. Neste enfoque, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as significações subjetivas vivenciadas por pessoas frente a realidade diagnóstica do HIV/AIDS. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, cujo instrumento utilizado foi um questionário sociodemográfico e clinico, bem como uma entrevista semi-estruturada. Os dados sócio-demográficos e clínicos foram analisados através de estatística descritiva. Para as entrevistas, foi utilizada análise categorial temática. O perfil sócio demográfico e clínico indicou média 6 anos de diagnóstico (DP=4,5), sendo 42% sintomáticos e 82% fazendo uso da Terapia Antiretroviral. Nas entrevistas emergiram duas classes temáticas (resiliência e o conviver com o HIV/AIDS), quatro categorias e nove subcategorias. Nesta análise, além da depressão e da ansiedade, o preconceito surgiu como fator de risco e, apoio social e a religiosidade surgiram como fatores de proteção. O caráter de cronicidade da AIDS prevê o seguimento dos pacientes em longo prazo acarretando a necessidade de avaliação e acompanhamento dos aspectos psicossociais, tais como as variáveis analisadas no presente estudo. Assim, será possível subsidiar continuamente a estruturação dos serviços para atender a novas demandas médicas e psicossociais que possam surgir no contexto de vida de pessoas soropositivas, visando à integralidade e à melhor qualidade da atenção em saúde.