Úlcera gástrica é uma afecção crônica que afeta milhões de pessoas no mundo. Pode ser definida como uma lesão na mucosa do trato digestivo, que se estende através da camada muscular da mucosa até a submucosa, ou ainda mais profundamente. A conduta terapêutica atual é adequada, porém não há no mercado farmacêutico produto nenhum que seja 100% eficaz. O uso prolongado dos medicamentos disponíveis pode causar reações adversas graves, sendo as plantas fontes de constituintes terapêuticos potencialmente ativos que constituem uma grande estratégia alternativa para a descoberta de novos fármacos antiulcerogênicos. No Brasil há uma grande diversidade vegetal e experiências atreladas ao conhecimento popular e científico. Spondias tuberosa Arruda conhecida popularmente como umbu, é encontrado na região Nordeste do semiárido brasileiro e é endêmica da caatinga. Spondias purpurea L. é uma fruta nativa da América Central, dispersas no México, na Guatemala e no Caribe, e em alguns países da América do Sul, principalmente na região nordeste do Brasil região do semiárido. Assim, nesta pesquisa, realizada na Universidade Estadual da Paraíba, avaliou-se a atividade gastroprotetora dos extratos etanólicos das folhas de S. tuberosa e S. purpurea. Para atingir esse objetivo, foi utilizado o modelo de indução de úlcera por etanol em ratos Wistar. Onde, após um jejum de 12 horas, os animais (6 para cada grupo) foram pré-tratados por via oral com Lansoprazol (30 mg/Kg), veículo (10ml/kg) e o EEtOH nas doses 125, 250 e 500mg/Kg. Após 1 hora, foi realizada a indução de lesões, administrando 4 ml/Kg de etanol absoluto, e após 1 hora a eutanasia por excesso de anestesia. Em seguida os estômagos foram retirados e as ulcerações quantificadas, determinando o índice de lesão ulcerativa (ILU). O etanol na mucosa gástrica solubiliza o muco protetor, deixando assim, a mucosa indefesa à ação hidrolítica e proteolítica do ácido clorídrico e da pepsina, respectivamente. Esta substância pode, também, induzir um aumento da secreção de ácido gástrico e, através do contato direto, romper os vasos sanguíneos que irrigam a mucosa gástrica, desencadeando processos necrotizantes no tecido. Os resultados obtidos mostraram que os dois extratos nas doses de 125, 250 e 500mg/kg foram capazes de inibir de forma significativa as lesões gástricas induzidas por etanol em ratos, com inibição de 14, 39 e 70% para S. tuberosa e de 26, 56 e 53% para S. mombim, quando comparados aos grupos controle. Contudo, é importante que outros modelos experimentais sejam utilizados, para evidenciar a participação destas plantas como gastroprotetoras. Bem como, investigar e elucidar os possíveis mecanismos de ação que são envolvidos nesta ação para, assim, ser possível desenvolver uma estratégia promissora que possa contribuir para a obtenção de novas alternativas terapêuticas.