Atualmente, verifica-se que a população masculina pouco se utiliza dos serviços de saúde, especialmente no nível de atenção básica, buscando tratamento para os agravos de sua saúde geralmente quando já se demanda serviços de natureza especializada. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem apresenta, como um de seus principais objetivos, a promoção de ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político econômicos. Este estudo tem como objetivo identificar as concepções masculinas sobre o cuidado com a saúde/saúde mental. Para coleta dos dados foram utilizados: questionário sociodemográfico, de estilo de vida, de busca por atendimento, situação de sofrimento e entrevista individual através da metodologia das cenas. Na análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise temática. Os resultados apontam que grande parte da não adesão às medidas de atenção integral, por parte do homem, decorre de aspectos culturais. O sofrimento psíquico é visto, como um sinal de fragilidade que os homens não reconhecem como inerentes à sua própria condição biológica. Consideram-se invulneráveis, o que acaba por contribuir para que ele cuide menos de si mesmo e se exponha mais às situações de risco; estilo de vida pouco saudáveis e ao uso e abuso de álcool e de substâncias químicas. Os homens, ao se sentirem fortes, resistentes e invulneráveis, podem não adotar comportamentos preventivos, nem tampouco acessar os serviços de saúde mental. Evidencia-se a grande complexidade inerente ao estudo da concepção do cuidado masculino com a saúde mental.