O presente artigo apresenta um estudo acerca dos vícios da oralidade na escrita de contos produzidos por alunos que estão em plena aquisição da modalidade escrita da língua, buscando compreender por que isso ocorre e como o professor deve lidar com esse fato. Para realização deste trabalho foram feitas observações e análises: (i) observação das aulas de Língua Portuguesa do 6º ano do ensino fundamental da Escola Municipal “7” de Setembro, no município de São Francisco do Oeste/RN, acompanhando a produção dos contos escritos pelos alunos; (ii) foram selecionados aqueles que apresentaram o maior número de marcas da linguagem oral para a análise das possíveis causas desse fenômeno. Diante da constatação de que pessoas pouco escolarizadas podem ter influências da fala em sua escrita, buscou-se na leitura dos PCNs, focando no que estes postulam para o ensino da língua escrita; fundamentados na teoria de Vygotsky e reforçada a nossa alocução com Cagliari (2009), Fávero (2007) e Rego (2007). Verificou-se que o estudo contribuiu para que o professor do 6º ano e seus colegas da referida escola refletissem sobre o processo de avaliação, de modo que esses vícios não fossem considerados “erros”, e sim, uma transição na etapa de aquisição de outra linguagem, a escrita. Portanto, a experiência foi válida visto que favoreceu a compreensão de que a produção da linguagem escrita dos alunos observados reflete aspectos da linguagem oral o que contribuiu para reflexão dos professores no processo avaliativo.