INTRODUÇÃO: O aumento da longevidade é um dos responsáveis pelo crescimento da média de idade dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Concomitantemente, os hospitais ganharam novas tecnologias no campo do tratamento e de suporte à vida. O objetivo desse trabalho é traçar um perfil dos pacientes em Unidades de Terapia Intensiva do município de João Pessoa / Paraíba. METODOLOGIA: Estudo de coorte histórica, envolvendo os pacientes internados na UTI A do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no período entre os dias 01 de janeiro de 2015 e 30 de junho de 2015. A Coleta de dados foi realizada por meio do software Epimed Monitor ®. Foi utilizado o software SPPS 21.0 for Mac ®, para a realização da avaliação estatística. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Durante os primeiros seis meses do ano de 2015, foram admitidos 112 pacientes na UTI A do HULW, dos quais 69 (61%) apresentavam idade superior a 65 anos, dos quais 41,2% eram do sexo feminino e 58,8% homens, sem diferença significativa entre ambos (p=0,182). A maioria das admissões em pacientes com mais de 65 anos foi relacionada a patologias clínicas 52 (75,4%), em comparação as causas cirúrgicas, 17 (24,6%), p<0,0001. Houve uma prevalência significativa de pacientes com presença de neoplasia no momento da admissão, 19 pacientes (27,5%). A maioria dos pacientes apresentava algum processo de infecção relacionado como principal motivo da admissão na UTI (36 pacientes, 52,2%). As patologias de origem pleurais e pulmonares foram relacionadas a maior parte das internações (46,4%), seguido de alterações gastrointestinais, incluindo causas relacionadas a procedimentos cirúrgicos abdominais (21,7%), de causas relacionadas ao sistema cardio-vascular (7,2%), relacionadas a complicações da insuficiência renal, sobretudo lesão renal aguda (5,8%) e de causas associadas a alterações neurológicas (4,3%). 14,3% dos pacientes tiveram admissão relacionada a outras causas relacionadas. A principal patologia que ocasionou a internação dos pacientes em UTI foi a Pneumonia (24 pacientes - 34,8%), das quais apenas uma era de etiologia comunitária. Um total de 34 pacientes evoluíram para óbito (mortalidade 49,3%). Sendo superior a encontrada no geral, que foi de 38,39%. O SAPS3 médio dessa população foi de 69,3768 (desvio padrão de +/- 15,32405), com uma mediana de 70 e uma moda de 65. Sendo a Área Sob Curva-ROC para a predição de mortalidade de 0,775, com desvio padrão de 0,057, p=0,000 e IC95%: 0,664-0,886. Ao avaliar a correlação entre SAPS3 e óbito nessa população, houve uma Correlação de 0,474 (p=0,000). CONCLUSÕES: Conforme demonstrado, a população de idosos internados nessa unidade de terapia intensiva se configura com um perfil de gravidade elevado, o que justifica a elevada taxa de mortalidade e o escore prognóstico estudado elevado. A elevada frequência de pacientes com neoplasia e com infecção no momento da admissão são notórios na amostra. Não houve diferenças significativas conforme a distribuição entre sexo. A idade não aparentou ser um fator de risco isolado para mortalidade, apresentando, inclusive baixa correlação com óbito durante a internação em UTI.