Objetivo: O objetivo deste estudo é verificar o alcance de um programa de musculação associada ao tratamento fisioterapêutico em mulheres idosas com incontinência urinária. Método: Para avaliação do alcance do ensaio clínico randomizado foi utilizado o modelo RE-AIM, um método desenvolvido para que haja concordância entre a validade interna e externa de pesquisas tanto em níveis individuais ou organizacionais. O modelo RE-AIM é multidimensional e analisa as dimensões Alcance, Adoção, Implementação, Efetividade/ Eficácia e Manutenção. Neste estudo será utilizado a dimensão alcance que consiste no número absoluto, a proporção e a representatividade dos indivíduos que estão dispostos a participar de uma determinada iniciativa comparada àqueles que desistem ou àqueles potencialmente elegíveis em nível individual. Resultados: Com relação ao alcance da intervenção, foi realizado um levantamento entre os idosos residentes na Região Metropolitana de Florianópolis/SC (população alvo) e aquelas do sexo feminino que possuíam incontinência urinária (elegíveis). Constatou-se que 10,2% (n=78.376) da população da Região Metropolitana possui 60 anos ou mais; desses, 57,5% (n=45.111) são mulheres e dessas, 30% (n=15.533) apresentam incontinência urinária. A partir disso, constatou-se que 99 mulheres procuraram a intervenção; portanto, o alcance foi de aproximadamente 0,73%. No entanto, ao considerar aquelas que atenderam aos critérios de inclusão e dessa forma puderam realizar o protocolo, o alcance foi de 0,23% (n=31). Conclusão: O alcance de um ensaio clínico randomizado para a prática de musculação associada ao tratamento fisioterapêutico em mulheres idosas com incontinência urinária demonstrou ser baixo, apesar de apresentar diversos métodos de recrutamento. Apesar disso, o presente estudo avança em termos de relatar um tipo de intervenção pioneira realizando o papel social da universidade, pois basicamente são inexistentes intervenções multidisciplinares que abordem incontinência urinária. Além disso, reportar inferências de validade externa, nesse caso o alcance, é fundamental para utilização e aplicabilidade de intervenções de promoção da saúde e prevenção de doenças em políticas e práticas de saúde baseadas em evidências, desafio este, que exigem esforços conjuntos do campo acadêmico e clínico para identificar e implementar soluções sustentáveis.