O diagnóstico de uma doença grave e a certeza da morte no seio de uma família quebra a sua homeostasia, o que tem repercussões no seu funcionamento e estrutura, gerando tensão e exigindo processos de adaptação. Dessa forma, o cuidado paliativo em idosos tem como objetivo promover a qualidade de vida desses pacientes e famílias, os quais se deparam a problemas associados com doenças terminais, promovendo a prevenção e alívio do sofrimento, identificando precocemente, avaliando o tratamento da dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual. Ao familiar compete se dividir entre as responsabilidades sociais, profissionais, conjugais e familiares, e o cuidar do idoso em fase terminal, sendo um momento desgastante com custos físicos, psíquicos, sociais e financeiros. Diante da importância desse contexto, esse trabalho tem como objetivo refletir sobre a realidade vivenciada por familiares que exercem o cuidado ao idoso sob cuidados paliativos. Trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada em maio de 2015, na Biblioteca Virtual de Saúde (Bireme) e Scielo (ScientificElectronic Library Online). O método de busca dos artigos ocorreu pela forma integrada, utilizando-se como descritores: Cuidados paliativos; Familiar; Idosos. pesquisa foi realizada tendo em conta as publicações serem artigos completos, com intervalo temporal entre 2009 a 2015 e idioma português ou inglês, resultando em 22 artigos. Após o refinamento, foi efetuada a leitura de todos os resumos dos trabalhos publicados. Como critérios de exclusão para a análise qualitativa, foram retirados nessa etapa do trabalho os artigos que não possuíam relação com o objetivo desta investigação, os que se repetiam, aqueles que não se adequavam ao idioma e os que não possuíam informações completas. Dos 22 artigos selecionados, apenas 08 preencheram os critérios de inclusão e foram utilizados na íntegra. Tal fato justifica-se na pouca produção literária envolvendo o cuidador do idoso em fase terminal. Em relação à amostra, o foco das pesquisas analisadas (87,5%) foi o cuidador familiar. Estudos apontam que o cuidador é essencial para a assistência na fase terminal e por vivenciar experiências correlacionadas com a morte, esse cuidador também necessita de estratégias e intervenções. O familiar, ao tomar consciência da finitude da vida do idoso, altera sua maneira de ver a vida e, ao mesmo tempo, avalia a relação com a pessoa que vai morrer. A certeza da morte expõe os afetos, valores e a visão de mundo, sendo necessárias adaptações por grande parte dos envolvidos no cuidar. Dessa maneira, a intervenção profissional deve apoiar-se na informação e comunicação como ferramentas terapêuticas disponíveis ao cuidar, tendo a família como um dos focos da assistência. Esse familiar necessita de apoio social, emocional e de saúde, de forma qualificada e eficaz, para que possa vivenciar a falta de possibilidades terapêuticas na saúde do idoso em fase terminal. Tal fato explica-se por existir um excesso de sobrecarga de atividades e perspectiva de morte, o que gera fatores estressantes neste familiar, como angústia medo e ansiedade. Assim, esse indivíduo também merece atenção, pois necessita de estratégias e intervenções específicas.