Introdução: A concepção de saúde deve abranger o sujeito de forma integral, em sua condição biológica, psicológica e social. Assim, no âmbito da gerontologia, os profissionais de saúde precisam agir a partir do enfoque da integralidade, com atitudes que vão ao encontro da defesa e promoção da vida, ampliando o fazer profissional. Nesse sentido, a elaboração de um Projeto Terapêutico Singular (PTS) como estratégia para ampliar esse fazer tem se mostrado bastante efetiva, visto que pressupõe a participação coletiva dos profissionais, configurando-se como uma estratégia que busca ampliar a resolubilidade da assistência prestada ao indivíduo idoso e que, portanto, merece ser compreendida e analisada não apenas no contexto da atenção básica, mas em todos os níveis de complexidade da saúde. Objetivo: Evidenciar a construção de um PTS voltado ao idoso no contexto hospitalar baseada na experiência de residentes multiprofissionais de saúde envolvidos com a gerontologia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vivenciado pela equipe de profissionais da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Hospitalar, com ênfase em Saúde do Idoso, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB), na cidade de João Pessoa/PB, durante o mês de abril de 2015. A partir da realização de uma das visitas da equipe multiprofissional, percebeu-se a necessidade de elaboração de um plano de cuidados individual que atendesse às reais necessidades apresentadas por um dos idosos internados na clínica médica. Resultados e Discussão: O quadro clínico de um idoso internado na clínica médica do HULW possibilitou o surgimento de nós críticos que demandaram a intervenção de uma equipe multiprofissional. O mesmo foi diagnosticado com Trombose aguda do Canal de Hunter, sendo necessário amputar o membro inferior direito a fim de permitir a sua recuperação. Contudo, anteriormente à cirurgia, o idoso mostrou-se bastante ansioso, trazendo consigo sofrimento emocional, o que demandou acompanhamento psicológico. Além disso, foram descritos episódios noturnos de confusão mental, que levou a farmacêutica dialogar com a equipe médica acerca dos medicamentos administrados. Outro aspecto importante observado foi a ausência de acompanhamento familiar, sendo necessário a intervenção da psicologia e do serviço social. Posterior a aceitação do procedimento cirúrgico pelo idoso e familiares, foram prestadas algumas orientações: nutricionais, sobre a dieta do paciente durante o pós-operatório; psicológicas, encorajando o paciente em sua decisão de mudar o estilo de vida; fisioterapêuticas, quanto ao processo de reabilitação funcional; da enfermagem, quanto aos cuidados com a ferida operatória; farmacêutica, dialogando com o paciente acerca do uso racional de medicamentos; e da assistente social, indicando os serviços de saúde úteis ao paciente para a continuidade do tratamento fora do contexto hospitalar. Conclusão: O PTS constitui uma ferramenta simples e de grande valia no processo de atenção ao paciente idoso, possibilitando, através de uma abordagem multiprofissional, a identificação de demandas, o planejamento e a adoção de medidas resolutivas. Portanto, o mesmo representa uma estratégia efetiva na obtenção de resultados positivos para o idoso hospitalizado, sendo um instrumento que pode ser aplicado nos diferentes níveis assistenciais.