Para que a aprendizagem escolar seja uma experiência intelectualmente estimulante e socialmente relevante, é indispensável uma formação inicial de qualidade para os professores, pois isto refletirá no domínio dos conhecimentos que devem ensinar e nos meios para fazê-lo com eficácia. Além disso, é necessário que os professores em formação continuada sejam um pesquisador de sua própria prática, tornando-se capaz de solucionar problemas práticos do dia-a-dia escolar, de assumir os erros e os acertos de seu trabalho metodológico na sala de aula, deixando de culpabilizar o sistema e os programas educacionais pelos insucessos na aprendizagem escolar. Neste sentido, é preciso que os professores tanto em formação inicial quanto em formação continuada tenham um contínuo aprimoramento profissional e reflexões críticas sobre a prática pedagógica para superar o distanciamento entre as contribuições da pesquisa educacional e a sua utilização para a melhoria do ensino na sala de aula. Tendo em vista esta problemática, este artigo tem como objetivo definir e caracterizar a formação docente inicial e continuada e o ensino de língua. Para isso, o corpus desta pesquisa foi obtido a partir das respostas dadas a um questionário elaborado pela professora da disciplina Paradigmas do Ensino do curso de Letras-Língua Portuguesa. Este foi respondido inicialmente pelos alunos do curso e, posteriormente, os mesmos discentes pediram para que professores em formação continuada o respondessem. As discussões levantadas sobre as respostas dos questionários se condensam em três categorias: a concepção do ser docente, do ensino de língua e do que é inovação, e foram interpretados à luz das contribuições de Perrenoud (2002), a LDB (1996), Zabala (1998).Os resultados desta pesquisa nos indicam que os professores em formação inicial e em formação continuada tem uma concepção muito superficial do que é ser professor, pois a define, a partir de discursos da esfera social que coloca a profissão como um ato heróico, mas não valorizada pelo país, além disso, veem a profissão no agir técnico, na didatização dos conteúdos e não na prática reflexiva. Neste sentido, é preciso repensar a formação inicial, continuada e o ensino de língua buscando analisar as pluralidades de contextos históricos culturais que cercam o professor principiante e o professor experiente.