O Programa de Residência Pedagógica (PRP) objetiva fortalecer e aprofundar a formação teórico-prática de licenciandos, além de contribuir com a construção da identidade docente. Sendo assim, durante o convívio no ambiente escolar, os residentes quebram as barreiras de um pensamento imaginário e passam a conhecer a realidade com todas as suas características, diversidade de pessoas e problemáticas que a permeiam. Este relato de experiência tem como objetivo tecer reflexões, a partir da visão de duas residentes em Biologia, sobre o acolhimento ou falta dele dentro do ambiente escolar e como isso repercutiu no trabalho docente desenvolvido pelas residentes durante o desenvolvimento do PRP, em uma escola pública de ensino médio no Piauí. Para isso, tecemos discussões pautadas em referenciais voltados para formação inicial de professores. Compreendemos que o docente em formação quando frequenta o ambiente escolar irá se deparar com situações a partir de relações com pessoas de diferentes culturas e distintos posicionamentos e, estes últimos nem sempre alinhados com os pressupostos do Programa ou com as expectativas dos residentes. Essas situações tornam a formação docente ainda mais desafiadora, mas entendemos que algumas dificuldades encontradas no convívio entre residentes e comunidade escolar possibilita que estes possam se adaptar àquela realidade, negociando e conquistando o seu lugar naquele espaço. Adequações que emergem a partir do contexto de acolhimento (ou não) por parte da comunidade escolar podem refletir no trabalho feito em sala de aula durante o planejamento e desenvolvimento das regências, resultando em aprendizados para além de conteúdos disciplinares. Concluímos que a reciprocidade deve existir em ambas as partes, entre comunidade escolar e residentes, pois nesse processo é de suma importância que haja essa troca necessária, uma vez que a escola é um lugar de constante aprendizado e ensinamentos essenciais para a construção da identidade docente.