Este trabalho faz parte de pesquisa que trata dos fundamentos epistemológicos da espiritualidade e sua relação com o ensino. Pretende-se compreender os horizontes, as práticas e as cosmovisões acerca das espiritualidades, na sua constituição religiosa ou não, e as tensões com o mundo secularizado, frente aos desafios que o campo do ensino exige, enfatizando os interesses mais comuns à condição humana. Nessa direção, a pesquisa se dedica à compreensão do fenômeno religioso ou da espiritualidade como o esforço humano de transcendência, nas mais diversas formas, religiões e práticas e como equacionam busca da verdade e construção da paz. Para isso, consideramos buscar quadros comparativos ou de inspiração em horizontes de espiritualidades que foram desafiadas pelos contextos do ensino e pela institucionalização. Toma-se como modelo, o caso da institucionalização da Ordem Franciscana Menor, suas tensões e as cátedras assumidas pelos frades em várias universidades medievais (DESBONNETS, 1987). Tem-se a hipótese de que esse contexto produziu tensões e movimentos nos horizontes de compreensão das ordens franciscanas em sua relação com a missão de evangelização e necessidade de manutenção das cátedras. Assim, dentre os horizontes possíveis, podemos lançar mão à tradição franciscana, marcada especialmente pela conexão de teólogos e filósofos à ordem e carisma franciscano com sua gênese a partir do século XIII no modo de vida de Francisco de Assis e seus companheiros (AGAMBEN, 2015), para a compreensão das possibilidades de uma forma de vida espiritual ter impacto nas ações efetivas de formação intelectual.