O presente estudo tem como objetivo analisar a relação entre deficiência, ética e cuidado, considerando as contribuições da Segunda Geração do Modelo Social da Deficiência. Destaca-se a importância de compreender os aspectos sociais, políticos e existenciais da deficiência, interpretando o conceito de deficiência e suas implicações na sociedade contemporânea. As concepções de ética e cuidado serão abordadas dentro dessa perspectiva, especialmente no contexto da ética do cuidado feminista, proposta por autoras como Eva Feder Kittay e Judith Butler. Essas contribuições visam impulsionar a discussão sobre ética do cuidado no estudo da deficiência, desafiando o ideal moderno de um sujeito liberal completamente independente. Com base nos conceitos de cuidado e interdependência direcionados a pessoas com deficiências físicas, sensoriais e/ou cognitivas que não conseguem viver de forma completamente independente e autônoma, as autoras da segunda geração consideram a vulnerabilidade e a interdependência como princípios fundamentais para a constituição da humanidade como um todo. Essa abordagem desloca a discussão sobre os cuidados com pessoas com deficiência para o espaço público e político. Nesse contexto, também se faz uma crítica à invisibilidade do papel social e político das cuidadoras, evidenciando como isso se relaciona com a discriminação laboral da mulher em ambientes domésticos. A metodologia adotada neste estudo foi a de revisão integrativa da literatura, com foco no levantamento de dados sobre Ética, Deficiência e Cuidado. Os resultados esperados incluem reflexões sobre obstáculos de acesso ao cuidado mesmo diante dos avanços legislativos e políticos de movimentos pela inclusão, que ainda restringem o cuidado à esfera privada e familiar. Essas reflexões visam contribuir com a qualificação ético-política do debate para fomentar a construção de novas políticas sociais emancipatórias.