O presente trabalho é sintetiza os escritos iniciais de uma pesquisa acadêmica em nível de Mestrado acadêmico que busca discutir o papel, o lugar e as condições de trabalho de profissionais da educação infantil que desempenham a função de auxiliar de creche/auxiliar de desenvolvimento infantil, dentre outras nomenclaturas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que pretende explorar as seguintes abordagens: pesquisa bibliográfica, levantamento e análise de dados do Censo Escolar, aplicação de questionário (survey) a fim de compreender e identificar quais os principais desafios e os possíveis dilemas enfrentados por estas profissionais quanto à realização de sua tarefa que envolve educar e cuidar de bebês e crianças bem pequenas (0 a 3 anos) em unidades de educação infantil. Sabe-se que grandes desafios relacionados à questões estruturais e subjetivas podem influenciar no reconhecimento das especificidades do trabalho docente com bebês, e são determinantes para a qualidade da educação oferecida nessa etapa educativa. O retrato obtido pela pesquisadora, quanto às capitais brasileiras, é de grandes discrepâncias no que se refere à atuação profissional qualificada junto a bebês e crianças pequenininhas, manifestas nas condições de trabalho nas unidades educacionais; na remuneração, jornada de trabalho e de estudos, formação continuada, planos de carreira e valorização profissional e social da atividade desenvolvida. Decorrente disso, é possível inferir que existem situações bem diversas em cada região da federação, assim como há diferentes denominações para o desempenho da função profissional na creche (auxiliar, educadora, atendente etc.), como mostra a pesquisa recente feita por Nascimento, Rodrigues e Silva (2021). Dessa forma, justifica-se a importância e relevância do nosso trabalho, uma vez que poderá ajudar a realçar as vozes dessas profissionais, muitas vezes à margem da valorização profissional que lhe é devida.