Por volta de 1,7 bilhão de anos atrás, uma grande porção do Nordeste brasileiro foi submersa por mares interiores. No entanto, com o movimento das placas tectônicas, essas águas foram forçadas a se retirar e o que era mar transformou-se em um vasto sertão. Uma das principais evidências científicas que comprovam esses eventos cíclicos da Terra é contada pelas rochas que estão expostas no município de Várzea Nova, Bahia, constituindo uma das mais raras exposições rochosas que falam muito acerca da história da vida no planeta. Este trabalho teve como objetivo difundir o conhecimento geológico na região, a fim de constituir ferramenta de Educação Ambiental para a população acerca da necessidade de preservação do local. A coleta de informações envolveu visita e extração de amostras no sítio geológico do Arrecife no município de Várzea Nova, Piemonte da Chapada Diamantina na Bahia, além de pesquisa bibliográfica. Foi possível observar a formação local de estromatólitos, que são colônias fossilizadas de cianobactérias, seres microscópicos procariontes que, por serem fotossintetizantes, foram responsáveis pela maior parte da geração de oxigênio nos primórdios do planeta. Essas formações são indícios de que a região já teve a presença de mar em algum momento no passado. Também foi observado que as camadas sedimentares do local estão planas e horizontais e, conforme o princípio da horizontalidade, isso indica que foram depositadas em um ambiente aquático tranquilo e raso, como o fundo do mar e, após a região ser elevada pelo movimento das placas tectônicas, esse mar recuou e a Chapada Diamantina tornou-se o que se conhece hoje com suas impressionantes paisagens. Concluiu-se que compreender a história geológica do planeta é essencial para entender como o mundo transformou-se ao longo do tempo e como a vida evoluiu para se adaptar a essas mudanças.