GOMES, Camilla Estevam Dantas. . Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/95933>. Acesso em: 22/11/2024 11:02
O presente artigo se apresenta com o interesse de esmiuçar o(s) uso(s) da imprensa como espaço de luta, organização e reivindicação em prol da formação intelectual das mulheres trabalhadoras da cidade do Rio de Janeiro nas décadas finais do século XIX e as décadas iniciais do século XX. Naquele momento os debates em torno do trabalho livre e assalariado se faziam cada vez mais presentes e a imprensa – não somente aquela escrita por e para trabalhadoras e trabalhadores, mas também os veículos de grande circulação – se configurava como um importante espaço para divulgação das lutas daqueles que labutavam e vislumbravam melhorias em suas condições de trabalho, moradia, direito à instrução e, no caso das mulheres, acesso à alguns direitos já alcançados pelos homens dentro e fora dos espaços de labor. Por esses motivos, os debates em torno dessas personagens e o mundo do trabalho se dava de maneira diversa e em diferentes esferas, como ficou evidente, por exemplo, na coluna O que se pensa e o que se escreve: Educação Feminina, publicada pelo jornal O Paiz, em 28 de dezembro de 1909 e 05 de janeiro de 1910, que embora tratasse de aspectos relacionados à coeducação, também salientava o fato de as mulheres, ainda em um período anterior à publicação do texto, tivessem deixado o lugar de esposa e mãe para trabalhar pela própria sobrevivência. Sendo assim vislumbramos investigar a presença – direta ou indireta – feminina nas colunas de jornais, analisar os conteúdos de suas publicações, perquirir suas iniciativas e reflexões acerca da formação intelectual, moral e política dos trabalhadores de forma abrangente.