O objetivo principal do presente trabalho é discutir os aspectos éticos e ambientais centrais relacionados à exploração animal. A problemática da exploração animal diz respeito ao modo como tratamos e utilizamos, para o benefício humano, os animais não-humanos. A discussão sobre o tema, inaugurada pelo filósofo utilitarista australiano Peter Singer, busca problematizar os vários aspectos envolvidos na postura especista, isto é, na postura que coloca seres humanos como superiores a outras espécies animais. Com base no utilitarismo, Singer sustenta que os interesses dos animais não-humanos devem ser considerados moralmente, objetivando a superação gradativa da exploração animal. Gary Francione, por sua vez, através de uma perspectiva abolicionista, esboça uma série de críticas a Singer, sustentando, em última instância, que devemos abolir completamente toda a forma de exploração animal. A exploração animal, além de ter um aspecto ético central, também impacta significativamente no meio-ambiente, em especial nos mecanismos e procedimentos referentes à produção de grãos para alimentação animal e carne. Os consumidores de carne desconhecem, na imensa maioria das vezes, como os alimentos são produzidos. As grandes empresas competem ferozmente pelo mercado consumidor, não tendo grandes preocupações com a harmonia entre plantas, animais e a natureza. Ao longo da pesquisa discutiu-se as principais visões filosóficas sobre a utilização animal e as consequências que a continuidade destas práticas pode trazer socialmente e ambientalmente.