A docência universitária, por muitas décadas, caracterizou-se pelo ensino de conteúdos, planejados a partir do currículo do curso e avaliados com a aplicação de instrumentos avaliativos que priorizavam a memorização e a reprodução dos conhecimentos. As estratégias utilizadas pelo docente em sala de aula para ensinar os conteúdos eram, essencialmente, expositivas, reforçando a passividade dos estudantes. Nos últimos anos, tanto na educação básica quanto na superior, percebeu-se maior ênfase no marco regulatório para o desenvolvimento das competências. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as novas Diretrizes Curriculares dos Cursos (DCNs), sinalizam para um processo de aprendizagem ativa, alicerçado nas competências. O presente estudo entrevistou docentes de instituições de ensino superior que implementaram o desenvolvimento de competências nos currículos dos cursos de graduação, com o objetivo de analisar as dificuldades/facilidades que enfrentaram no exercício profissional. A metodologia utilizada orientou-se pelo estudo de caso, pois analisamos experiências de docentes que tentaram mudar suas práticas pedagógicas, potencializando o desenvolvimento de competências. Utilizou-se como apoio teórico, textos produzidos abordando a temática e que consideram que há um longo caminho a ser percorrido até modificarmos a prática de sala de aula. Os resultados apontam que os docentes têm dificuldades no começo do processo da aprendizagem por competências, mas com formação e acompanhamento, conseguem atuar no novo formato de trabalho, tornando os estudantes os protagonistas.