Historicamente, a agricultura camponesa tem uma importância ímpar para o desenvolvimento da sociedade, através principalmente da produção de alimentos. No Brasil, a realidade hegemônica estava ligada à agricultura agroexportadora, porém mesmo diante desse cenário, a pequena propriedade, produtora de alimentos, também teve importância para a economia. Diante disso, o objetivo do trabalho é refletir sobre a questão agrária no debate da agricultura camponesa, fazendo articulações com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para isso, dialogamos acerca de algumas teorias desenvolvidas sobre o campesinato e seus encadeamentos. Para a construção do presente trabalho, realizamos levantamento bibliográfico e visita institucional ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no estado do Ceará. Durante o desenvolvimento do trabalho é possível compreender a existência de teorias que desenvolvem a ideia de que o campesinato viria a sofrer com o processo de desagregação (LENIN, 1985; KAUTSKY, 1980). Ao contrário disso, há autores que defendem a ideia de que o campesinato iria realizar o processo de recampesinização, perdurando pela existência histórica (CHAYANOV, 1974; SHANIN, 1983). Compreende-se que, a partir da realidade brasileira, tendo como principal exemplo o MST, o campesinato não se desagregou, haja visto que ainda possui relevância na realidade. Assim, como considerações finais, entendemos que o papel do MST no território brasileiro se faz essencial perante à necessidade de defesa da agricultura camponesa, da produção de alimentos saudáveis e de uma Educação do Campo, que resiste e colabora com o processo de recampesinização.