A cidade de São Paulo, assim como várias outras pelo mundo, transformou os seus cursos d’água em canal de escoamento de esgoto e os fez desaparecer da paisagem urbana, pautada por um urbanismo rodoviarista que ignorou todas as características naturais do sítio onde se instalou. No entanto, vemos surgir nas últimas décadas movimentos da sociedade civil que reivindicam uma outra relação com os rios e córregos da cidade e entre eles se destacam as ações artísticas e ativistas. Esse trabalho se propõe a analisar tais ações, as quais, por suas características disruptivas, parecem exercer uma força de deslocamento do imaginário sobre o que pode vir a ser a cidade e fortalecem iniciativas de questionamento local sobre a lógica de produção do espaço urbano. Ao que tudo indica, por meio de uma série de ações e intervenções urbanas, os rios da cidade, mesmo que ainda canalizados e poluídos, começam a ressurgir.