A intermitência curricular do ensino de Sociologia na educação básica é um efeito da desconfiança social e medo em relação às potencialidades críticas que esta disciplina possui no estranhamento e na desnaturalização das estruturas de dominação e exclusão vigentes em determinados períodos históricos. No atual cenário de proliferação de negacionismos, anticientificismos e neofascismos, podemos identificar uma passagem da desconfiança e medo para a disseminação de um ódio politicamente organizado em relação ao ensino de Sociologia? Este artigo de discussão teórica objetiva responder esta pergunta ao passo que sugere identificar as marcas contemporâneas da política de ódio contra a Sociologia tomando como referência a problematização da questão histórica curricular sobre a “utilidade” deste componente para a formação escolar discente. A busca pela explicitação do valor formativo da Sociologia não apenas corrobora para o seu reconhecimento diante de sua luta pela sobrevivência curricular, mas também pode ser representar um contexto retórico que maximizará a vulnerabilidade desta disciplina.