O presente trabalho é fruto da proposição de uma atividade que pudesse estimular os elementos psicomotores de esquema corporal, lateralidade, orientação espaço-temporal e equilíbrio de forma lúdica em crianças de seis a sete anos de idade. A ideia é estimular o aprendizado por meio da psicomotricidade. A atividade, em princípio simples, consiste em colocar as crianças diante do espelho e pedir para que toquem determinadas partes do corpo, depois se são capazes de fazer os mesmos movimentos com os olhos vendados. Depois, explicar para os alunos os lados esquerdo e direito e ver se conseguem localizá-los no próprio corpo e no corpo do professor ou colega de turma. A atividade se fecha com uma roda de música que estimule a dança e os gestos das crianças para ver o quanto a atividade lúdica é capaz de fixar o aprendizado. Na Escola Centro Social São Miguel, localizada na aldeia mãe dos indígenas Potiguara, na Baía da Traição, Paraíba, duas restrições foram encontradas: a falta do espelho e a reação de alguns alunos baseada nos costumes e tradições da etnia a que pertencem. As atividades precisaram, então, ser adaptadas para o uso do outro aluno como espelho e o resultado do ver-se espelhado no corpo do outro acarretou algumas dificuldades de lateralidade. Por outro lado, a reorganização do espaço da sala de aula em formato de roda ressignificou o espaço de aprendizado e convidou os alunos a participarem mais ativamente da atividade, como observa o psicomotricista Esteban Levin. O uso da música foi o recurso final para completar a atividade, aproximando os alunos e fazendo com que eles memorizassem o que aprenderam por meio do ludicidade.