A entrada no ensino superior rende diversos tipos de vantagens que vão desde uma posição social e uma fonte de rendimentos cobiçosos, além de repertórios científico e cultural que fazem da seleção para uma vaga nas instituições de educação superior (IES) uma poderosa engrenagem para a reprodução social. No caso brasileiro temos uma sociedade marcadamente desigual que tradicionalmente teve na seletividade dos seus sistemas de educação superior um dos seus pilares. No alvorecer do século XXI assistimos à criação ou consolidação de políticas de ampliação do acesso para grupos tradicionalmente fragilizados perante os mecanismos de seleção das IES. Isto inclui uma expansão global dos sistemas federal e estaduais de educação superior, além de políticas específicas de discriminação positiva. Um aspecto deste processo está na interiorização da educação superior com a criação e/ou expansão de instituições públicas. Este trabalho é uma síntese dos resultados do projeto “Efeito de seletividade no acesso ao ensino superior, estudo de caso” financiado pelo PIBIC/UEMASUL. Apresentamos aspectos relativos à seletividade do PAES (Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior) da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão. São abordados elementos resultantes da mudança do perfil da oferta de cursos, expansão de campi e demanda de suas políticas de cotas entre os anos de 2017 a 2021.