O componente Projeto de Vida (PV) é a centralidade do sistema de ensino pautado na formação integral dos educandos, cuja proposta relaciona-se às dimensões não só cognitiva, mas pessoal, social, emocional, profissional sendo uma importante ferramenta para direcionar práticas docentes para prevenção de violências na escola. É através dessa perspectiva que entra o PV, implementado no ensino médio integral, no Estado de Sergipe, trazendo em sua centralidade o desenvolvimento das dimensões que contemplam os quatro pilares da educação, proposta por Delors (2010). Todavia, tornar o espaço escolar em um ambiente acolhedor para os jovens é segundo a BNCC, desenvolver competências socioemocionais que irão garantir não só um autoconhecimento, mas promover a formação de indivíduos que já tenham a capacidade de traçar seus projetos futuros, visando uma atuação crítica e efetiva. Neste interim, Moran (2015), traz que o professor contribui para que seus alunos conheçam suas histórias, seu contexto atual e suas aspirações futuras, além de, por meio das competências socioemocionais, promove um autoconhecimento para a identificação de suas habilidades, mudanças de comportamentos, ampliando dessa forma um potencial motivador de pertencimento a escola e consequentemente trazendo um clima de respeito, onde todos mantêm relações interpessoais afetivas e positivas e como afirma Charlot, “é bem raro encontrar alunos violentos entre os que acham sentido e prazer na escola” [...] (CHARLOT, 2002). Para tal, este trabalho de cunho exploratória-descritiva analisou as contribuições deste componente no contexto de prevenção de possíveis eventos de violências que possam surgir em seu cotidiano, a partir das perspectivas dos docentes. Assim, foi aplicada entrevista semiestruturada com cinco professores de PV, cujo tratamento de dados foi com base na ATD, Moraes e Galiazzi (2016). Foi concluído que práticas docentes direcionadas a prevenção de possíveis ações de violências no espaço escolar, são realizadas ainda de forma pontual e descontínua.