Considerando que o currículo está para além do que revela a etimologia da palavra de uma simples organização das disciplinas de uma etapa de ensino ou curso e que este traduz as concepções de aprendizagem e de sociedade de determinada época, ou seja, cada organização dos conhecimentos historicamente construídos perpassa pela formação do sujeito que se deseja formar, bem como pelos anseios de uma classe social que deseja se perpetuar no poder, este artigo tem o objetivo de analisar as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enquanto currículo oficial para o ensino da escrita nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para atingir o objetivo proposto, desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica e documental e organizamos o presente trabalho em duas seções: primeiro, refletimos sobre a concepção da BNCC para o ensino da escrita e, em seguida, tecemos algumas possibilidades para o ensino da escrita a partir do uso do texto em sala de aula, uma vez que observamos a importância de apresentar para a criança a escrita da forma que a mesma circula pela sociedade, bem como uma escrita com significado que ultrapasse a visão errônea da decodificação de letras e sons que ainda persiste no currículo oficial. Para fundamentar a nossa discussão, dialogaremos com autores como: Paraíso e Santos (1996), Gontijo (2015), Smolka (2012), Jolibert e Jacob (2006), Gonçalves (2015) e outros que nos forneceram contribuições durante o desenvolvimento da presente pesquisa.