FREIRE, Rosangela Vieira et al.. Leitura na (a)diversidade. Anais I CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/8907>. Acesso em: 23/12/2024 08:41
O presente trabalho trata de uma das fases de um projeto mais abrangente focado na leitura, desenvolvido no Centro Especial de Educação Integrada Geny Ferreira (CEEIGEF), cujo público alvo são alunos portadores de necessidades especiais variadas e consiste na criação de possibilidades de encantar o leitor a partir de atividades lúdicas de leitura. A referida escola também atende a uma clientela “não especial” e as salas se caracterizam pela heterogeneidade, uma vez que não há separação entre PNEs e não PNEs. Essas situações adversas que enfrenta no cotidiano acabam sobrecarregando o professor que, além das atividades específicas da série , necessita utilizar novas habilidades para aproximar o aluno da leitura, o que levou a equipe do Curso Superior de Licenciatura em Letras, na modalidade a distância, ofertado pelo Instituto Federal da Paraíba – IFPB, a pensar em um projeto que pudesse além de conquistar os educandos à prática de leitura, estimular os professores a atuarem como mediadores. Os questionamentos que motivaram a nossa pesquisa foram: De que forma podemos auxiliar os professores a atuarem como mediadores de leitura dentro da heterogeneidade do grupo? É possível usar uma metodologia de leitura mais abrangente, capaz de atingir todo o grupo? Há um tipo de texto próprio às limitações e superações dos alunos? Diagnosticados os problemas de aprendizagem, percebeu-se um gosto pelo texto poético tanto pela extensão quanto pelos elementos inerentes à poesia como o ritmo, a rima, a musicalidade, as imagens, o que nos levou a montar este projeto com base no universo muito particularizado desses discentes. Essa particularidade consiste no redirecionamento dos sentidos, pois os olhos estão nas pontas dos dedos, ouvidos e bocas, nas mãos ágeis que falam LIBRAS, na interação de um autista leve e na solicitude dos simpáticos portadores de Down.. O trabalho desenvolvido tomou como base teórica os pressupostos interacionistas bakhtinianos, a educação para a liberdade, de Paulo Freire. Seguiu-se a metodologia construtivista, uma vez que as atividades realizadas foram construídas com os alunos e adaptadas às formas como leem e como a percepção do lido é devolvida em produções, utilizando os mais diversos materiais como papéis coloridos, máscaras, roupas em TNT, encenações, gravações de pequenos vídeos, exposições fotográficas, contribuindo para uma espera mais entusiasmada do próximo encontro. Como resultado, aponta-se um maior entusiamo dos alunos pelo texto escrito e pela percepção das significações da linguagem, e maior interesse dos professores em utilizar a prática da leitura em sala de aula. Portanto, observamos que é possível utilizar práticas de leituras, capazes de superar as dificuldades de aprendizagem que se impõem aos alunos, superando os fatores que podem ser intrínsecos a eles e, talvez, em sua maioria externos a eles. Palavras-chave: leitura, inclusão, EAD, lúdico.