Objetivo: Analisar a trajetória das mudanças na mobilidade durante a caminhada (ou seja, manutenção e recuperação) de idosos institucionalizados e verificar a incidência e fatores de risco para o declínio da mobilidade. Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo longitudinal de dois anos com 358 participantes com idade ≥60 anos e institucionalizados em dez ILPI de Natal (Brasil). A mobilidade foi avaliada por meio do item “andar” do Índice de Barthel. Variáveis sociodemográficas, relacionadas à instituição e relacionadas à saúde foram consideradas na linha de base. A regressão de Poisson foi usada para construir um modelo múltiplo. Resultados: A incidência de declínio da mobilidade durante a caminhada foi de 10,6% (intervalo de confiança de 95% [IC 95%] = 7,4 a 13,8) após 12 meses e 37,7% (IC 95% = 18,0 a 26,6) após 24 meses. Idade ≥ 83 anos (risco relativo = 1,58; IC 95% = 1,24 a 2,02; p < 0,001) e internação (risco relativo = 3,16; IC 95% = 1,55 a 6,45; p = 0,002) foram preditores de declínio da mobilidade. A taxa de manutenção da mobilidade foi de 31,8% após 12 meses (IC 95% = 31,8 a 42,9) e 23,2% após 24 meses (IC 95% = 26,8 a 38,5). Além disso, a taxa de recuperação foi de 2,5% (IC 95% = 1,0 a 5,0) e 1% (IC 95% = 0,2 a 2,6), com 12 e 24 meses, respectivamente. Conclusão: A trajetória da mobilidade durante a caminhada de idosos institucionalizados no nordeste do Brasil foi dinâmica (ou seja, aumento da incidência de declínio da mobilidade após 24 meses) e associada à idade avançada e hospitalização. As chances de recuperação do desempenho da marcha são mínimas e a manutenção da mobilidade independente é um desafio.