A longevidade é uma conquista do presente século e tem suscitado questionamentos acerca da compreensão do envelhecimento nas sociedades atuais. Nesse contexto, a autopercepção do envelhecimento é referida como um preditor acerca da saúde e longevidade no envelhecimento e, consequentemente, desenvolver formas de mensurar essa autopercepção poderia permitir a criação de estratégias de intervenção que favoreceriam um envelhecimento com mais qualidade. O presente estudo teve como objetivo obter evidências de conteúdo para a construção de uma escala para avaliar a autopercepção do envelhecimento para indivíduos acima de 45 anos. Caracteriza-se como um estudo descritivo-exploratório, quantitativo, no qual foram elaboradas questões para investigar seis dimensões referentes a autopercepção do envelhecimento. Para a validação de conteúdo, a escala foi submetida à duas avaliações de juízes com conhecimento acerca do construto e do desenvolvimento de instrumentos. Como resultado da primeira avaliação dos itens (n=103), houve a eliminação, readequação ou realocação de alguns deles. A segunda avaliação dos itens (n=98), resultou na exclusão para a próxima fase do estudo, daqueles que não obtiveram a concordância acima de 80%. A versão-piloto da Escala, resultado das avaliações, contempla 78 itens, numerados sequencialmente, com respostas em escala Likert de frequência e pontuação decrescente de 5 a 1, com escores invertidos para alguns itens. As seis dimensões foram intituladas: Aparência, Autocuidado, Autoestima, Relações Sociais, Autoimagem e Percepção do Envelhecer. Em suma, o envelhecimento é um fenômeno substancial que deve ser compreendido a partir da percepção do indivíduo. Ademais, as evidências de validade levantadas pelos juízes fundamentam a potencialidade da Escala para seguir para as etapas subsequentes de validação.