O Autorrelato de Saúde (ARS) é considerado um importante indicador do estado de saúde que vem sendo amplamente utilizado em inquéritos populacionais sobre saúde e bem-estar. O processo de envelhecimento está associado ao aumento no número de doenças crônico-degenerativas, que leva a maiores cuidados com a saúde, corroborando para a piora da percepção de saúde desses indivíduos. Objetivo: Avaliar a associação entre o ARS e a funcionalidade em idosos brasileiros. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 com 11.177 indivíduos com 60 anos ou mais. A variável de exposição (ARS - boa ou ruim) e a variável desfecho (dificuldade em, ao menos, uma atividade de vida diária: comer, andar entre os cômodos, sair só, sentar-levantar e deitar-levantar - sim ou não) foram coletadas através do autorrelato. Para avaliar a associação entre o ARS e a funcionalidade foi utilizada a regressão logística binária ajustada pelas covariáveis (idade, escolaridade, atividade física e sexo). Resultados: Foi observado que o ARS ruim é estatisticamente associado à dependência funcional em idosos brasileiros após ajustes das variáveis de confundimento. Logo, os idosos que relataram saúde como “ruim” tiveram 4,3 vezes mais chance de possuírem dificuldade em alguma atividade de vida diária (OR=4,36; IC95%: 3,84-4,95) em comparação àqueles que relataram sua saúde como “boa”, mesmo após ajustes das covariáveis. Conclusão: Os achados do presente estudo demonstram a necessidade de ações de saúde que possam contribuir com uma melhor percepção de saúde e da capacidade funcional da população idosa.