O presente trabalho problematiza a presença/ausência da discussão sobre velhice, processos de envelhecimento e longevidade no campo da educação, por meio da análise de textos que, atualmente, estão propondo a identificação e discussão das narrativas sobre a matéria no ensino básico. Essa escolha dialoga com a intenção de compreender como essa pauta vem sendo enunciada nos espaços institucionais e acadêmicos. A partir de uma análise e revisão documental buscamos produzir pistas para compreender de que maneira os enunciados que se apresentam nessas produções participam dos jogos e disputas pelas significações que compõem os regimes de verdade referentes às elaborações sobre envelhecimento e longevidade nos espaços acadêmicos. A abordagem discursivo-desconstrucionista vincula-se à aposta na ideia de que tais discursos operam no sentido de hegemonizar as significações, enquanto estão sendo experimentados pelos sujeitos, produzindo efeitos sobre eles e a sociedade, ou seja, o que ocorre no entremeio das relações discursivas participa do processo de produção dos sentidos sobre o que é ser uma pessoa idosa, ou, de como pensamos os processos de envelhecimento (considerando os demais marcadores sociais que podem atravessá-la, seja racial, de gênero ou de pertencimento a uma classe social). A noção de governamentalidade (Foucault, 978) contribui aqui para refletirmos e agregarmos a ideia desses discursos enquanto formas de governo e de (im)possibilidades dadas a determinados sujeitos de/em uma sociedade. Os resultados de nossa investigação apontam para um conjunto de evidências sobre o modo como certas narrativas e experimentações cotidianas favorecem subversão aos regimes de verdade que (des)articulam gênero, raça, classe e geração na educação (básica).