Esse artigo, apresenta um estudo sobre a psicogerontologia e psicoterapia de orientação psicanalítica com idosas sobreviventes de si mesmas. Como forma de compreender este fenômeno, fez-se uso da perspectiva teórica da psicogerontologia, por favorecer a compreensão holística do sujeito idoso, bem como da teoria psicanalítica, onde foi possível averiguar direcionamentos à prática clínica considerando o suicídio como um acting out. Foi necessário explicar como se dá a formação da identidade da mulher idosa, considerando esta construção a luz do conceito do Estádio do Espelho, e ademais, buscou-se ampliar a compreensão em relação a Neurose de Envelhecimento. O texto também destaca dados do recenseamento, que apontam as mudanças na pirâmide etária frente ao crescimento contínuo da população idosa no Brasil até 2060, como também, dados estatísticos referentes ao suicídio, em que foi possível perceber que as mulheres representam 80% do grupo das chamadas sobreviventes de si mesmas. O artigo apresenta uma pesquisa qualitativa, que utilizando o método bibliográfico teve como objetivo verificar como se dá a atuação do psicólogo clínico frente ao sujeito mulher idosa e sobrevivente de si mesma. Foi possível concluir, que a psicoterapia de orientação psicanalítica, se configura como um dispositivo que favorece a construção de um saber sobre o sofrimento psíquico, sobretudo daqueles que advém de experiências comuns à velhice, sendo importante ferramenta na construção de uma cadeia significante que favoreça melhores experiências no processo de elaboração dos traumas vivenciados.