A Política Nacional de Saúde Mental concretiza-se no modelo de atenção biopsicossocial e espiritual voltado para o cuidado de base comunitária, com construção de autonomia, vinculo, respeito a singularidade e subjetividade dos sujeitos para a produção de cuidados potentes. Entretanto, da ênfase a população infanto-juvenil e adulta, não contemplando ações voltadas especificamente para o público idoso, o que demanda visibilidade para a construção de estratégias que amenizem os fatores estressores que põem em vulnerabilidade a saúde mental do idoso, já que o estresse é um fator que ao longo da vida aumenta a probabilidade de adoecimento mental, sendo necessário o conhecimento dos mecanismos utilizados pela população idosa no seu enfrentamento. Trata-se de estudo descritivo, quantitativo, oriundo de análise de recorte de tese de doutorado de um dos autores, intitulado estilo de vida de idosos muito velhos de Aracaju, na qual foi realizada 574 entrevistas, embasada no Pentáculo do Bem-Estar. Utilizou-se estatística descritiva e os dados foram consolidados em formato de tabela que apresentava as formas de lidar com o cotidiano dos idosos. Dos 574 idosos, 460 (87,8%), sempre reservava tempo para relaxar; 45 (8,6%) quase sempre; 18 (3,4%) às vezes, e apenas 1 (0,2%) não reservava. No quesito discussão sem se alterar, 331 (63,2%), sempre apresentavam este comportamento, 125 (23,9%) quase sempre, 55 (10,5%) às vezes e 13 (2,5%) alterava-se; quanto ao lazer, constatou-se que 447 (85,3%), o faziam sempre; 66 (12,6%) quase sempre; 9 (1,7%) às vezes e 2 (0,4%), nunca. Sobre a realização de pelo menos 30 minutos de atividade física, 280 (53,4%) nunca realizavam. Os idosos muito velhos conseguem contornar o estresse com hábitos de vida obtendo benefício para a saúde mental, mas no determinante “atividade física” apresenta índice negativo para o envelhecimento saudável.