A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa caracterizada pelo declínio progressivo de habilidades cognitivas, funcionais e comportamentais. Diante da falta de eficácia do tratamento medicamentoso, terapias não-farmacológicas, como a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) e a Intervenção Cognitiva (IC), emergem como promissoras alternativas para a atenuação do quadro sintomatológico. Destarte, objetivamos avaliar os efeitos da ETCC ativa e placebo, associada à IC, sobre a cognição e sintomas neuropsiquiátricos. O presente trabalho trata-se de um estudo de caso, duplo-cego, com realização de crossover. O paciente foi submetido a dois tipos de protocolos, sendo o primeiro ETCC placebo + IC, e após um período de washout de 8 semanas, ETCC anódica ativa + IC. Em ambos protocolos foram realizadas 16 sessões, 2 vezes alternadas por semana, no período de 8 semanas. Para avaliação dos efeitos de cada protocolo, utilizou-se o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a subescala cognitiva do Alzheimer Disease Assessment Scale (ADAS-cog), para avaliação da cognição, e o Inventário Neuropsiquiátrico (NPI), para os sintomas neuropsiquiátricos. Esses foram aplicados antes e após cada protocolo de neuroestimulação. A paciente avaliada era do sexo feminino, com 83 anos de idade, possuindo ensino superior completo. No protocolo de estimulação placebo, houve uma piora de 4 pontos no MEEM e de 1 ponto no ADAS-cog, entretanto, com melhora de 9 pontos no NPI. Na estimulação ativa, observou-se melhora de 7 pontos no MEEM, e de 6 pontos no ADAS-cog, porém, havendo piora de 17 pontos no NPI. Perante o exposto, podemos concluir que a ETCC ativa associada à IC, produziu efeitos positivos sobre a cognição geral da paciente, quando comparado com o período em que a mesma recebeu ETCC placebo, destacando a necessidade de maiores investigações dessa terapia combinada em pacientes com DA moderada.