A INFÂNCIA VISTA NO ENSINO FUNDAMENTAL NA PERSPECTIVA DO ALUNO: DA INVISIBILIDADE AO EMPODERAMENTO
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Nossa pesquisa discute a infância nos iniciais do Ensino Fundamental na perspectiva do/da próprio/própria aluno/a, de como ele/ela se percebe no contexto escolar, como se sente pertencido/a e considerado/a no processo de proposição e articulação das práticas ali desenvolvidas. Intentamos como objetivo geral no nosso estudo compreender como a criança matriculada nos anos iniciais do Ensino Fundamental se sente pertencente, através das práticas escolares e por sua condição social, ao contexto da escola. Para alcançá-lo buscaremos, de forma específica i) compreender de que forma as práticas escolares consideram o aluno/a como criança, em sua especificidade; ii) identificar as possíveis disparidades encontradas em ser aluno/a e ser criança na escola; iii) analisar os processos de pertencimento da criança dos anos iniciais do Ensino Fundamental ao contexto escolar. Para realização desse estudo desenvolvemos uma discussão articulando os eixos escola – infância - aluno - pertencimento. Temos como arcabouço teórico no campo da infância e da escola Àries (1978); Sarmento e Pinto (1997); Priore (2004), com fins de compreender as nuances sofridas no decorrer do tempo sobre o que se entende por criança e escola, suas relações e contradições. No que se refere à discussão sobre as possibilidades que se envolvem nas tessituras de “ser aluno”, aportamo-nos em Perrenoud (1994), quando traz o aluno/a como produto escolar, que se envolve de modo peculiar nos processos educacionais. Sobre os processos de pertencimento do/da aluno/a ao espaço escolar trazemos à tona a discussão de Castro (2011) quando traz que o indivíduo cria e recria para si e para os demais o papel de aluno/a, flexibilizando suas ações, tornando-se aluno/a para si e para os outros personagens do espaço escolar. Como metodologia, elegemos a abordagem etnográfica por considerar o protagonismo dos sujeitos envolvidos, suas subjetividades, além de buscar compreender os significados das interações e situações ocorridas e vivenciadas no espaço em análise em detrimento de sua restrita menção. A pesquisa justifica-se na contribuição para a promoção de uma educação de qualidade, que conheça os sujeitos a que atende, neste caso a criança, em sua condição e o entenda como ator social: com voz e desprendido do ideal que se tem como um sujeito que vem a ser, que possui limitações e, por isso, tem seu futuro moldado a partir dos interesses e vivências do adulto. Trazendo-o, portanto, para o cenário de discussão como um sujeito ativo, participativo, constituinte e constituído pela sociedade e, mais especificamente, pelo espaço escolar. Trata-se de uma problematização que exprime uma diversidade de aspectos importantes de serem analisados, o que reafirma a necessidade de compreender os fatores que se entrelaçam no reconhecimento do aluno dos anos iniciais do Ensino Fundamental como criança e seus processos de pertencimento ao universo da sala de aula e suas práticas, para promover a reflexão e ressignificação da escola como comunidade de pertencimento." 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