A Educação do Campo precisa ser pensada nas particularidades de cada campo brasileiro, prevalecendo a diversidade social, cultural e ambiental. No Amazonas, a maioria das escolas do campo ficam localizadas às margens de rios, lagos e igarapés, contam com populações
heterogêneas no sentido de produção, ambiente e questões socioculturais. O objetivo deste trabalho é discutir alguns desafios enfrentados na escola ribeirinha de São Miguel no sudoeste do Amazonas, no sentido de reflexão sobre tais desafios na educação do campo. A coleta de
dados foi realizada por meio de uma entrevista com a gestora da escola e análise de documentos fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED). A análise dos dados permitiu discutir os desafios vivenciados diariamente pela gestora, pelos professores e estudantes, sendo os principais: falta do projeto político pedagógico, problemas de acesso e permanência, falta de espaço na escola e transporte escolar, formação inadequada dos professores e ausência de abordagens contextualizadas. Este cenário evidencia que há necessidade das entidades mantenedoras oferecerem de fato uma educação do campo pautada nos princípios educacionais, onde os sujeitos que estudam nessas instituições sejam valorizados no seu espaço, com profissionais formados na área de atuação, que produzam os documentos para nortear as metas e finalidades da educação no contexto ribeirinho.