A EJA FOI INSTITUÍDA A PARTIR DO RECONHECIMENTO DE QUE O PÚBLICO ENVOLVIDO PERTENCE A UMA ESFERA SOCIOCULTURAL INDIVIDUAL E TRAZ CONSIGO CONJUNTOS DE VIVÊNCIAS E SABERES, QUE NECESSITAM SER APROPRIADAS COMO CONDUTORES DAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DESSA ETAPA DA EDUCAÇÃO. ESPECIFICAMENTE QUANDO PENSAMOS NA VIDA DAS MULHERES ESTUDANTES DA EJA, PENSAMOS NA SINGULARIDADE DE SUAS REALIDADES, AS QUAIS, ESTANDO DENTRO DE UM GRUPO HISTÓRICO DE EXCLUSÃO SOCIAL, TIVERAM AINDA MENOS OPORTUNIDADES DE FREQUENTAR OS ESPAÇOS ESCOLARES, DEVIDO À SOBRECARGA DE SEREM MÃES, ESPOSAS, DONAS DE CASA E, POR VEZES, TRABALHADORAS, PARA TRAZEREM O SUSTENTO À FAMÍLIA OU COMPLETAR A RENDA. DAÍ, REAFIRMA-SE A IMPORTÂNCIA DE PERCEBER COMO ESTÁ CONFIGURADA ESSA QUESTÃO NAS ESCOLAS, BEM COMO QUAIS SÃO AS VISÕES DO PÚBLICO FEMININO DIANTE DO PROCESSO EDUCACIONAL. O PRESENTE ARTIGO BUSCA COMPREENDER AS TRAJETÓRIAS DE MULHERES ESTUDANTES DA EJA E ANALISAR AS RELAÇÕES DE GÊNERO CONSTRUÍDAS A PARTIR DAS SUAS MOTIVAÇÕES PARA O ABANDONO E (RE) INSERÇÃO NO SISTEMA EDUCACIONAL. PARA A OBTENÇÃO DOS RESULTADOS, UTILIZAMOS O ESTUDO DE CASO COMO MÉTODO, FEITOS A PARTIR DE UM QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO COM 8 QUESTÕES, RESPONDIDO POR 25 MULHERES ESTUDANTES DA EJA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN. OS DADOS COLETADOS DEMONSTRAM QUE A EJA É UM IMPORTANTE MEIO DE ACESSO AO ENSINO, SE CONFIGURANDO, TAMBÉM, COMO UMA POLÍTICA SOCIAL, POR VIABILIZAR O ACESSO À ESCOLARIZAÇÃO APÓS O ABANDONO ESCOLAR EM DADO PERÍODO. CONTUDO, AINDA É ESCASSA OU INEXISTENTE AS DISCUSSÕES DE GÊNERO NOS ESPAÇOS ESCOLARES.