NESTE TRABALHO, ANALISAMOS A ENUNCIAÇÃO E AS (IM)POSSIBILIDADES DO DIZER, ASSIM COMO CERTO EFEITO DE INATUALIDADE LIGADO À OBRA LITERÁRIA DE CAIO FERNANDO ABREU. ESSES ELEMENTOS NOS PERMITEM RASTREAR E RESGATAR A POTÊNCIA DE SENTIDOS (EMBATE, ENFRENTAMENTO, TENSÃO) QUE SUA OBRA OFERECE EM SUA RELAÇÃO COM O TEMPO, PARA UMA RELEITURA NESTE INÍCIO DE SÉCULO XXI. TRATA-SE DAQUILO QUE PODERÍAMOS CHAMAR DE UM “DISPOSITIVO CFA” OU “GÊNERO CFA”, QUE É CONSTRUÍDO A PARTIR DO DESLOCAMENTO E DA SUPLEMENTARIEDADE PARA O OU DO NÃO SUJEITO (MOREIRAS, 2004), QUE FOGE A SITUAÇÕES DE EXEMPLARIDADE E, PORTANTO, FOGE AO GÊNERO E A SUAS LEIS, NO SENTIDO EM QUE O CONCEITO É TRATADO POR JACQUES DERRIDA (1980). TAL POSTURA INSTAURA UM DESVIO PARA O NÃO SUJEITO, CONTAMINADOS, GAYS, DERROTADOS, TORTURADOS, ENFIM, CATEGORIAS PARA AS QUAIS A LÍNGUA (DO ESTADO, DA MEDICINA, DA POLÍTICA, DA OPINIÃO PÚBLICA), COMO AS INSTITUIÇÕES, NÃO PREVÊ ESPAÇOS DE LIBERDADE OU DE SUBJETIVIDADE NEM O DIREITO DE DIZER-SE.